Ator e cantor Alexandre Nero divulga detalhes de seu mais novo show

Lançado em abril, o álbum “QUARTO, SUÍTES, ALGUNS CÔMODOS E OUTROS NEM TANTO”, marca a volta do ator, cantor e compositor Alexandre Nero à música, 11 anos depois de seu último CD. Quarto em sua discografia, o álbum é fruto de um longo período de gestação e produção, entrecortado pela pandemia, e vem sendo recebido com elogios pela crítica especializada.

O desafio seguinte foi transpor para o palco o repertório 100% autoral do projeto. Com direção de Alexandre Nero e direção musical de Antônio Saraiva, o show apresenta novas sonoridades e atmosferas para as canções. “Uma coisa é o disco, mais contemplativo. Para o show, todas as músicas ganharam andamentos mais acelerados. Ao vivo é tudo sempre mais emocionante. Sai do conceitual para ter mais saliva, mais suor, mais carne. A gente colocou um beat a mais em todas elas para as pessoas dançarem com o ombro, baterem o pé sem perceber”, define Alexandre Nero.

Os arranjos de cordas, gravados no álbum pela Orquestra de São Petersburgo, também foram adaptados: “Como não dá para levá-los para o palco, há intenções de uma orquestra no cello da Maria Clara Valle e no contrabaixo acústico do Bruno Migliari, ambos tocados com arcos. Mas a sonoridade do show tem muito a ver com a de uma banda, com percussão, piano, violões e guitarra”, conta Nero.

O roteiro musical começa com “Bola de Fogo” (Alexandre Nero/Fábio Freire) em clima de orquestra, para logo ganhar nova dinâmica com a entrada da banda. Na sequência, um samba-enredo no melhor estilo carnaval de rua anuncia “Meu bloco taí” (Alexandre Nero/L.F.Leprevost/Adriano Petermann/Gilson Fukushima), cujo arranjo privilegia a percussão e o surdo, em particular.

“Essa versão ficou bem mais suingada que a do disco. O mesmo acontece como ‘Beleza na tristeza’, que ao vivo é quase uma bossa-samba-funk”, comenta Nero, que incluiu histórias sobre o processo de gravação no roteiro do show.

A versão ao vivo de “Lagedo do sertão” (Alexandre Nero), canção que deu origem ao álbum, também surpreende: “A intenção é transportar as pessoas para o sertão da Paraíba, onde eu a compus. Canto oitava acima em clima de aboio e tocada no pandeirão de coro maranhense de bumba-meu-boi, fazendo referência e reverência aos sertanejos em meio às pedras do Lajedo do Pai Mateus”. Confira outras notícias conosco.

“A Mata” (Alexandre Nero/Antônio Saraiva) e “A Partícula” (Alexandre Nero/João Cavalcanti) seguem intensas e emocionais em suas versões ao vivo (o videoclipe de “A Partícula” já se aproxima das 100 mil visualizações no YouTube).

“Em guerra de cegos” (Alexandre Nero/Fábio Freire) é um dos pontos altos do espetáculo: “Sampleamos o áudio do Milton Nascimento, que gravou a canção no álbum, e ele entra cantando com a sua voz divina. É uma participação muito emocionante”, celebra.

Um dos momentos cênicos do espetáculo em versos recitados de “Virulência”, poema de Aldir Blanc (1946 – 2020) transformado em música por Alexandre Nero e Antônio Saraiva, abrem caminho para “Miseráveis” (Alexandre Nero/Fábio Freire), que ganhou a intensidade única de Elza Soares (1930 – 2022) na versão do álbum. “Elza também está presente, divina, magnânima, via sampler. A música ficou ainda mais forte ao vivo, causa um impacto enorme”, destaca o ator e cantor Alexandre Nero.

“Nossa Senhora de Copacabana”, primeiro single do álbum, é o momento mais esperado e mais pra cima do novo show. A icônica “Copacabana”, de Braguinha e Alberto Ribeiro, lançada pelo cantor Dick Farney em 1946, surge como introdução à parceria de Nero e Luiz Felipe Leprevost: “A gente brinca, com uma dose de ironia, com as belezas da princesinha do mar, que hoje é bem diferente do que foi no passado. A música ficou bem mais ritmada no show, as pessoas aprenderam a cantá-la, apesar da letra enorme”.

“Sem Mais” (Alexandre Nero), que começa com os versos “cansado dos corretos, dos que promulgam o certo”, ganhou introdução inusitada: “Até para as pessoas entenderem melhor o contexto, eu conto fofocas muito divertidas ditas sobre mim em programas do gênero, e as pessoas morrem de dar risada. A canção, que no disco é minimalista, no show ela acaba sendo um convite pras pessoas brincarem de dançar”. Quando o show parece ter acabado, Alexandre Nero divide com o público o conteúdo de dois dos muitos e-mails que trocou com o Aldir Blanc, que resultaram na parceria de “Virulência”, que agora sim, é apresentada à plateia. “É um momento extremamente lindo e emocionante e fecha o show com força total”.

Como ator e músico estão sempre juntos em cena, o espetáculo de Alexandre Nero é pontuado por intervenções cênicas, áudios externos, citações e poesia: “Eu não consigo diferenciar o músico do ator e vice-versa. As intervenções cênicas estarão sempre presentes, tanto em um show de música quanto em uma peça de teatro”, finaliza Nero.

Vale lembrar que o show de Alexandre Nero, referente a seu quarto álbum da carreira, “QUARTO, SUÍTES, ALGUNS CÔMODOS E OUTROS NEM TANTO”, já passou por São Paulo e, em breve, terá novas datas divulgadas.

Serviço

Direção – Alexandre Nero

Direção musical – Antonio Saraiva

Maria Clara Valle – cello

Bruno Migliari – baixo

Murilo O’Reilly – percussão

Antonio Saraiva – piano

Alexandre Nero – violões, guitarra

Marcos Aurélio

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