Caetano Veloso lamenta morte de congolês e critica nome de quiosque

O cantor e compositor Caetano Veloso disse, por suas redes sociais, ter chorado com a história do assassinato do jovem congolês Moïse Kambagabe na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O homem, que trabalhava em um quiosque de nome Tropicália, foi morto brutalmente, ao ser espancado pelo dono do quiosque e mais quatro homens. O artista também lamentou o fato do quiosque ter o mesmo nome do movimento político e artístico do qual participou, o tropicália.

Pelo Twitter, o cantor baiano comentou: “Chorei hoje lendo sobre o assassinato de Moïse Mujenyi Kabamgabe num quiosque na Barra da Tijuca. Que o nome do Quiosque seja Tropicália aprofunda, para mim, a dor de constatar que um refugiado da violência encontra violência no Brasil”, refletiu o artista.

A polícia ainda conclui as investigações, que buscam encontrar todos os cinco autores do crime. Três deles já foram detidos. Moïse morreu por espancamento enquanto cobrava salário atrasado. Confira outras notícias conosco.

“Para mim e certamente para @gilbertogil, Capinam, Rita Lee, Tom Zé, Sérgio Dias, @galcosta, Arnaldo Baptista, Julio Medaglia, Manuel Barenbein… E fere a memória de Rogério Duprat, Torquato Neto, Nara Leão, Guilherme Araújo… Sobretudo a de Hélio Oiticica, que criou o termo (tropicália)”, continuou Caetano, em seu desabafo pelo Twitter.

O cantor prosseguiu: “Tenho certeza de que a família Oiticica está comigo nessa amarga revolta. O Brasil não pode ser o que há de mesquinho e desumano em sua formação”.

O jovem congolês trabalhava fazendo diárias no quiosque Tropicália, quando foi cobrar R$ 200 reais de salário atrasado. Incomodado, o dono do ambiente passou a agredir o jovem junto com mais quatro homens.

A prefeitura do Rio suspendeu o alvará de funcionamento do quiosque, que está fechado desde a noite do crime, ocorrido no último dia 24 de janeiro. O prefeito Eduardo Paes recebeu a família de Moise na tarde dessa terça-feira e, em um vídeo publicado nas redes sociais, pediu desculpas em nome da cidade e garantiu apoio psicológico e material a eles.

Marcos Aurélio

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