Caetano Veloso diz que país vive maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização

O cantor e compositor Caetano Veloso condenou projetos de lei em análise no Congresso Nacional, durante discurso nesta quarta-feira (9), no Ato pela Terra, uma mobilização de artistas e movimentos sociais contra o que chamam de “pacote de destruição”.

Além de Caetano, nomes como Daniela Mercury, Nando Reis, Bela Gil, Emicida, Criolo, Seu Jorge e membros da banda Natiruts também estiveram no evento, em protesto contra a destruição ambiental.

De acordo com os dirigentes do Ato pela Terra, o conjunto de propostas contribuiria para o aumento do desmatamento, da mineração em terras indígenas e da violência contra povos tradicionais.

São quatro os projetos que geram preocupação imediata, de acordo com a mobilização: o PL 6.299, que flexibilizaria o uso de agrotóxicos; os PLs 2.633 e 510, que facilitariam a privatização de terras; o PL 3.729, que afrouxaria as regras para o licenciamento ambiental; e os PLS 490 e 191, que alterariam as demarcações de terras indígenas e favoreceriam a mineração nessas áreas. Confira outras notícias, com o Versos e Prosas.

Na condição de líder e porta-voz, Caetano Veloso leu um texto diante do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante uma audiência na Comissão do Meio Ambiente.

O artista expressou preocupação com o aumento de tragédias ambientais no Brasil, como em Minas Gerais, na Bahia e no Rio de Janeiro, e acusou a perda de controle sobre o desmatamento, o aumento da violência contra indígenas, a redução de proteções sociais e ambientais e a diminuição de credibilidade internacional.

“O País vive hoje sua maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização. Os projetos de lei ora em pauta podem tornar a situação mais grave: poderão facilitar o desmatamento, permitir a mineração e o garimpo em terras indígenas e desproteger a floresta contra a grilagem e os criminosos”, disse Caetano.

O cantor também compareceu ao protesto organizado em frente ao Congresso Nacional, com a presença de milhares de pessoas e discursos de artistas como Lázaro Ramos, Christiane Torloni, Daniela Mercury e Bela Gil.

Chico Buarque liga para presidente do Senado, durante protesto

A pressão para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), barre a tramitação de projetos de lei que afetam o meio ambiente, a Amazônia e os indígenas ganhou um reforço nesta quarta-feira, 9, quando o cantor Chico Buarque ligou de surpresa para o parlamentar.

O telefonema ocorreu durante o Ato pela Terra, movimento liderado por Caetano Veloso que reuniu dezenas de artistas em Brasília, nesta quarta-feira (9). Chico Buarque, de quem Pacheco é fã, disse que não pôde estar na capital federal por ter passado por uma cirurgia recentemente, mas manifestou “repúdio pelas leis que atendem aos interesses do agronegócio em detrimento do meio ambiente e da saúde da população”.

O movimento dos artistas é contrário à aprovação de projetos de lei, a maioria deles já apreciada pela Câmara e agora em análise no Senado, que tratam de licenciamento ambiental, grilagem, agrotóxicos e questões indígenas – como o marco temporal para a demarcação de terras e a liberação do garimpo nessas áreas. Os artistas e movimentos sociais pedem que o Congresso só aprove projetos que estiverem em conformidade com a ciência, após amplo diálogo com a sociedade e levando em consideração a emergência climática.

Na saída do evento, Rodrigo Pacheco falou em entrevista a jornalistas que o país precisa ter a inteligência para “potencializar as reservas para a produção de fertilizantes, de preferência sem atentar contra florestas e áreas indígenas” e “encontrar caminhos para não sermos dependentes de outras nações, embora as relações comerciais existam”.

“O importante é compatibilizar a necessidade do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. O meio ambiente se tornou uma preocupação mundial. E esse movimento dos artistas de hoje é absolutamente legítimo, é importante que ele exista para o nosso aperfeiçoamento, e obviamente vamos levar em consideração tudo que foi dito”, acrescentou o senador.

Marcos Aurélio

Um comentário em “Caetano Veloso diz que país vive maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização

  1. Venho através desta enviar uma mensagem poética com críticas positivas e construtiva para a comunidade internacional e para o Brasil.
    Não podemos aceitar agressões e destruição da Amazônia dos povos indígenas e da população da Ucrânia.

    Poesia:

    Primeiro mundo
    É uma farsa, é mentira, é engano.
    País de primeiro mundo não existe.
    Não é que não queremos ou desejamos.
    Mas a tecnologia não cobre as vidas perdidas.
    O mundo ainda convive com a fome, com a guerra, com o preconceito, com a miséria.
    Ainda convivemos com agressão ecológica.
    A tecnologia é muito importante, mas não cobre as vidas sofridas, não cobre os danos morais e culturais.
    A tecnologia não cobre os danos terrestres e vegetais.
    Por isso digo e repito:
    Tecnologia computadorizada e medicinal.
    Tecnologia química e cientifica.
    Tecnologia Industrial, espacial.
    Tecnologia nuclear atômica.
    Cuidado!
    Pode ser uma bomba.
    Por isso digo e repito:
    A tecnologia não cobre as vidas esquecidas e destruídas.
    Autor: Darlen Gonçalves
    Email: [email protected]

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