História da música Ideologia de Cazuza

Cazuza é, certamente, um dos principais artistas brasileiros. Com inúmeras canções que marcaram e seguem marcadas na história, o cantor deixou um imenso legado após a sua precoce partida. A canção Ideologia é uma das mais poderosas e que embalou um período histórico relevante no país.

Entretanto, milhares de brasileiros continuam pensando na impactante letra da composição, lançada em 1988 durante o período de redemocratização do Brasil. Nesse caso, a música não se refere apenas a uma experiência particular do artista, mas algo que estava em evidência ao nível nacional e internacional.

Portanto, aqueles que desejam saber mais detalhes sobre a criação da canção Ideologia vieram ao lugar certo. Esse texto mostrará o que motivou Cazuza a escrever essa faixa e os detalhes que cercaram o seu lançamento no final da década de 1980. Vamos conhecer essa história?

História da música Ideologia

A música Ideologia é a faixa que dá nome ao terceiro álbum da carreira solo de Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990), depois de ter se desligado do Barão Vermelho. Anunciada em 1988, a canção se originou em uma parceria com Roberto Frejat sendo apontada, ao lado de Exagerado e O Tempo não Para, como uma das mais marcantes de Cazuza.

É importante frisar que Ideologia foi uma das primeiras músicas escritas por Cazuza depois de ter descoberto ser soropositivo, constando em um dos versos da letra. Por isso, muita gente acredita que Ideologia é um desabafo do cantor em decorrência do cenário político e social do Brasil naquele momento.

Fruto de uma geração que ansiava liberdade nos mais variados aspectos do dia a dia, o artista acabou sofrendo com um país conservador logo após os anos de Ditadura Militar. Além disso, Ideologia demonstra a confusão e a sensação de vazio de Cazuza e milhares de outros brasileiros que acabaram se conformando com uma sociedade que gostariam de transformar.

Com inúmeros assuntos vinculados aos debates sociais e culturais do momento, a canção foi uma das mais reproduzidas nas rádios no seu ano de lançamento, ganhando o respeito da crítica e caindo no gosto popular. Já o seu refrão, dramático e até profético, segue na cabeça de milhões de brasileiros até agora. Confira outras histórias das músicas conosco.

Álbum Ideologia

Já o álbum Ideologia conquistou o prêmio de melhor disco em 1988 na premiação Sharp e é, até hoje, visto como um dos melhores trabalhos do cantor. De acordo com a Fundação Cazuza, o artista adorava quando os fãs chegavam ao camarim, depois de suas apresentações, para falar que a história da canção ilustrava exatamente o que ocorreu com elas.

O disco foi produzido um ano antes, logo após Cazuza retornar dos Estados Unidos, onde realizou uma etapa do tratamento contra a Aids. Até mesmo a capa do álbum gerou polêmica na época, mesclando símbolos conhecidos que mostravam valores completamente diferentes. Entre os elementos, está uma cruz com suástica nazista, a estrela de Davi, o martelo e a foice referentes aos trabalhadores, entre outros símbolos.

Barão Vermelho

O Barão Vermelho é um dos grupos de rock mais famosos do Brasil, fundado no começo dos anos 1980, na Cidade Maravilhosa. Ao lado de Legião Urbana, Kid Abelha, Paralamas e Titãs, é uma das referências do rock no país. A banda surgiu após um show do Queen, no estádio do Morumbi, em São Paulo.

Guto Goffi (Flávio Augusto Goffi Marquesini), bateria, e Maurício Barros (Maurício Carvalho de Barros) resolveram formar uma banda. Inicialmente, os vocais da banda ficaram a cargo de Léo Jaime, mas o timbre dele foi considerado muito suave para o estilo musical que pretendiam. Léo não se chateou com a rejeição, porque já estava em três outras bandas e até recomendou um substituto: Cazuza. O Barão estava oficialmente formado.

Dois anos depois, o grupo lançou o primeiro trabalho com um orçamento mínimo, mas o álbum já contava com Todo Amor que Houver Nessa Vida, Bilhetinho Azul e Down em Mim. Após a primeira turnê pelo Brasil, o grupo retornou aos estúdios para gravar um trabalho mais elaborado, anunciado em 1983.

O Barão Vermelho decolou após Ney Matogrosso gravar uma versão de Pro Dia Nascer Feliz, a partir daí, as rádios também começaram a reproduzir a música original. Logo depois, Caetano Veloso acrescentou a faixa Todo amor que houver nessa Vida nos seus shows e rasgou elogios ao trabalho de composição de Cazuza. O prestígio aumentou com o convite para trabalhar na trilha sonora do longa-metragem Bete Balanço, de Lael Rodrigues, em 1984.

No ano seguinte, o Barão realizou a abertura de apresentações internacionais no Rock in Rio. Entretanto, Cazuza já deixara claro que gostaria de seguir solo, Frejat apoiava o amigo, desde que ele não desistisse da banda. Por isso, o desligamento foi tão traumático que precisou de longos três anos para que a amizade fosse retomada.

Sobre Cazuza

Ele nasceu Agenor de Miranda Araújo Neto no dia 4 de abril de 1958, na cidade do Rio de Janeiro. O Brasil, no entanto, passou a conhecer, respeitar e idolatrar o artista, como Cazuza. O tempo ao lado de Roberto Frejat no Barão foi de grande repercussão e aclamação de público e crítica.

As canções mais populares deste período são Todo Amor que Houver Nessa Vida, Pro Dia Nascer Feliz, Maior Abandonado, Bete Balanço e Bilhetinho Azul. Ainda hoje, Cazuza é apontado como um dos melhores compositores da música nacional. A sua lista de sucessos é enorme, mas podemos destacar Exagerado, Faz Parte do Meu Show, Brasil, O Tempo não Para, Codinome Beija-Flor e, claro, Ideologia.

Ao longo de seus anos no cenário musical brasileiro, o eterno Exagerado gerou polêmica pela fama de boêmio, rebelde e publicamente bissexual. Em 1989, ele anunciou ser soropositivo (situação utilizada para descrever a presença do vírus HIV, que resulta na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida — AIDS. Infelizmente, o Brasil se despediu do genial Cazuza em 7 de julho de 1990.

Para ouvir novamente a brilhante interpretação de Cazuza para “Ideologia”, acesse o player abaixo.

Marcos Aurélio

5 comentários sobre “História da música Ideologia de Cazuza

  1. Cazuza era um gênio, mas pagou o preço de uma vida sem limites.
    Tivesse levado uma vida diferente estava fazendo sucesso até hoje.
    Escritaobrigatoria.blogspot.com

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