80 anos de Milton Nascimento: mil tons de Bituca
Milton Nascimento, o carioca de alma mineira, como ele mesmo diz, completa 80 anos nesta quarta-feira, dia 26 de outubro de 2022, e a data, tão especial para a música mineira, brasileira e mundial, é claro, não poderia passar em branco, aqui no Versos e Prosas.
Nascido no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1942, Milton Nascimento foi criado em Minas, é reconhecidamente um dos maiores cantores da nossa Música Popular Brasileira e seu nome é aplaudido e aclamado pelos palcos de Minas, do Brasil e do mundo!
Conhecido nacionalmente após interpretar Travessia, composta por ele e Fernando Brant (1946 – 2015), no Festival Nacional da Canção de 1967, quando alcançou o segundo lugar, Milton, o eterno Bituca, como é carinhosamente chamado, foi um dos líderes do movimento vanguardista mineiro Clube da Esquina.
Milton Nascimento tem, como principais parceiros na música, além do já citado Fernando Brant, nomes como Lô Borges, Márcio Borges, Beto Guedes, Ronaldo Bastos, Nelson Ângelo, Tavinho Moura, Toninho Horta, além de outros grandes companheiros do famoso Clube de Santa Tereza. Além deles, artistas como Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Buarque, regravaram suas canções.
Dentre as músicas mais famosas de Milton Nascimento, estão: Travessia, Maria, Maria, Tudo o que Você Podia Ser, Para Lennon e McCartney, Nada Será Como Antes, Cais, San Vicente, dentre tantas outras.
Para celebrar os 80 anos de Milton Nascimento, o Versos e Prosas colheu o depoimento de mais de 40 artistas que, de alguma forma, têm ligação com a música de Milton ou com o próprio Bituca, seja por cantar ou tocar com ele em algum momento, seja pela admiração que o eterno Bituca provoca em tantas e tantas pessoas.
Djavan, Vinícius Cantuária, Zeca Baleiro, Zé Renato, Carlos Malta, Toninho Horta, Sérgio Magrão do 14 Bis, Claudya, Marcus Viana, Gabriel Guedes, Ian Guedes, Vermelho do 14 Bis, Olívia Hime, Joyce Moreno, Altemar Dutra Jr., Tom Karabachian, Tadeu Franco, Danilo Mesquita do Beraderos, Amaranto trio vocal, Ricardo Bacelar, Maria Rita Stumpf, Leila Maria, Tânia Alves, Jana Linhares, Delia Fischer, Moisés Navarro, Enéas Xavier, Gabriel Sá, Erasmo Dibell, Alaíde Costa, Beto Lopes, Wilson Lopes, Affonsinho, Patrícia Ahmaral, Beto Ehong, Analu Paredes e Arthur Nogueira do Projeto Caleidoscópio, Paula Santoro, Silvério Pessoa, Bárbara Barcellos, Airton Bovo, Lucas Caram, Márcio Moreira e Camila Brasiliano reverenciaram este ícone da música brasileira e mundial!
Confira o que cada artista falou, com muito carinho e emoção, sobre o nosso Bituca, bem como sua importância para a música brasileira e para a carreira de cada um, no canal do YouTube do Versos e Prosas.
Aqui, os principais pontos da nossa singela homenagem aos 80 anos de Milton Nascimento.
Djavan: ‘grande inspiração para mim’
O cantor e compositor alagoano Djavan, que recentemente gravou o single Beleza Destruída ao lado de Milton Nascimento, em um encontro inédito entre os dois, comentou sobre a importância do Bituca para a sua carreira e formação como músico:
“O Milton é uma grande inspiração para mim! Desde o início, eu ouvi muito Milton, na minha formação, na minha adolescência, e continuei ouvindo. A música dele faz a diferença na música brasileira! Além de originalíssima, é uma música que, realmente, inspira pela beleza harmônica, melódica, as letras. Realmente, o Milton é um compositor inspirador!”, elogia Djavan.
Vinícius Cantuária: ‘tem uma importância grande na música do Brasil’
O cantor, compositor e multi-instrumentista manauara Vinícius Cantuária também ressaltou a importância de Milton Nascimento para a música brasileira:
“Um cara que, realmente, tem uma importância muito grande dentro da música do Brasil!”, frisa o artista.
Zeca Baleiro: ‘tantas canções maravilhosas’
Zeca Baleiro, cantor e compositor maranhense, agradeceu ao Bituca por tantos serviços prestados à música, como intérprete e compositor:
“Milton, muito obrigado irmão, pela inspiração que você é, para todos nós que fazemos música brasileira, obrigado por tantas canções maravilhosas, interpretações maravilhosas!”.
Zé Renato: ‘um artista maravilhoso’
O cantor e compositor capixaba Zé Renato segue a toada (e sem trocadilho) de Zeca Baleiro e ressalta o músico completo que Milton Nascimento é:
“Milton Bituca Nascimento é um ídolo, um amigo, parceiro, merece todas as homenagens, um artista maravilhoso, uma pessoa que eu amo!”, diz.
Carlos Malta: ‘voz que não tem igual’
Multi-instrumentista e compositor carioca, Carlos Malta, que está na música há mais de 40 anos, e trabalhou com grandes nomes, como Gilberto Gil, também reverenciou Milton, em depoimento ao canal do YouTube do Versos e Prosas:
“Milton Nascimento trouxe, para a música brasileira, o som dos tambores de Minas, uma voz que não tem igual nesse mundo!”.
Toninho Horta: ‘tenho influência sua e de outros grandes mestres’
O compositor, guitarrista, arranjador e produtor musical mineiro Toninho Horta, um dos membros do Clube da Esquina, e grande parceiro de Milton Nascimento, pelos bailes da vida, também aproveitou a oportunidade para homenageá-lo, neste dia em que ele completa 80 anos:
“Bituca, eu queria te agradecer por tudo que você fez pela música no mundo, esse reconhecimento todo que você conseguiu, e essa influência, na vida inteira, para a música brasileira, para Minas Gerais! Inclusive, posso declarar, confessar que eu tenho influência sua também, como a de outros grandes mestres desse mundo!”, relata.
Claudya: ‘uma voz única’
A cantora carioca Claudya, famosa nas décadas de 1970 e 1980, e que participou do The Voice + de 2021, também comentou sobre a representatividade de Milton Nascimento:
“Milton Nascimento: essa voz universal, que cantou Moro Velho, que cantou o sal (Canção do Sal), cantou América do Sul. Essa voz lá das Minas Gerais, essa voz lá das montanhas: silenciosas e profundas! Milton Nascimento: uma voz única!”, elogia.
Marcus Viana: ‘fez parte da minha formação musical’
O cantor, compositor, violinista e tecladista mineiro Marcus Viana, fundador do grupo Sagrado Coração da Terra (1979), também falou, com o Versos e Prosas, sobre a importância que Milton Nascimento exerceu em sua carreira, como músico:
“O Milton fez parte da minha formação musical. Aquele disco Minas (1975), depois, o Geraes (1976), causaram, em mim, uma profunda transformação! E o Milton entrou em minha vida, quando eu me tornei músico, por causa do Sagrado Coração da Terra. Tudo que eu falar de Milton é pouco! Para mim, é o maior nome da música de Minas!”.
Gabriel Guedes: ‘a gente tem que falar de amizade’
O cantor Gabriel Guedes, filho de Beto Guedes e afilhado de Milton Nascimento, não poderia deixar de falar sobre a importância do Bituca para a música brasileira:
“Para falar do Bituca, a gente tem que falar de amizade, que foi o que permeou todos os discos, todas as composições. Quando fala Milton Nascimento, para mim, remete a Ouro Preto, cheiro da grama molhada!”, comenta, fazendo uma analogia à natureza de Minas.
Vermelho do 14 Bis: ‘obrigado Bituca’
O tecladista do grupo 14 Bis, arranjador e compositor, Vermelho comentou sobre Milton e aproveitou para agradecê-lo por tanto:
“Bituca. O nosso agradecimento a você, por tudo que você fez, pelo que você nos ajudou, tanto particularmente, quanto junto ao 14 Bis, mas principalmente pela pessoa que você é, que você representa como músico, e como ser humano! Obrigado Bituca!”.
Joyce Moreno: ‘foi um espanto’
A cantora, compositora e instrumentista carioca Joyce Moreno afirmou, ao Versos e Prosas, que, ao conhecer Milton, quando despontou em sua terra-natal, todos por lá ficaram assustados, com tamanha competência e originalidade deste ícone da MPB:
“Quando o Bituca apareceu no Rio de Janeiro foi um espanto! Ninguém nunca tinha visto aquelas harmonias diferentes dele, aquelas ideias rítmicas, aqueles compassos quebrados!”, destacou ela.
Altemar Dutra Jr.: ‘referência mundial em nossa música’
Altemar Dutra Jr., filho do considerado Rei do Bolero no Brasil, também falou da importância de Milton Nascimento para a nossa música:
“Bituca, que Deus abençoe, muita saúde e que nós, brasileiros, cantores ou não, temos orgulho em ter o Milton Nascimento como uma referência mundial na nossa música brasileira!”.
Tom Karabachian: ‘mensageiro do divino’
Tom Karabachian, ator, cantor, compositor e filho de Paulinho Moska, e que está em cartaz com o musical Clube da Esquina – Os Sonhos Não Envelhecem, no papel de Beto Guedes, comentou sobre o protagonismo de Milton Nascimento na música:
“Esse mensageiro do divino, esse cara que a gente nunca entende como ele consegue fazer tanta beleza, como ele consegue produzir tanta coisa bonita!”, ressalta.
Tadeu Franco: ‘conhecido no mundo inteiro’
O cantor, compositor e violonista mineiro Tadeu Franco foi mais um a reverenciar a obra e o talento de Milton:
“O Bituca quando apareceu, com Travessia (1967), revolucionou a música brasileira, e como era uma coisa tão grandiosa, uma música tão bela, aqui não coube o seu talento, a força da sua música, e ele ficou conhecido no mundo inteiro!”.
Danilo mesquita: ‘o milagre acontecia no Brasil’
Músico, compositor e ator, fundador do grupo Beraderos, ao lado do também músico e ator Ravel Andrade, Danilo Mesquita também falou sobre os 80 anos do Bituca e de sua importância para a MPB. Vale lembrar que Milton é o padrinho musical dos Beraderos:
“80 anos atrás, o milagre aconteceu no Brasil: surgia Milton Nascimento, nascia Milton Nascimento! Para a nossa sorte, ser contemporâneo a esse artista grandioso, a esse ser humano grandioso. Milton Nascimento é o meu herói, o meu Deus, o meu orixá!”, reverencia.
Depois de todos estes depoimentos maravilhosos e emocionantes, nós, do Versos e Prosas, chegamos à seguinte conclusão:
O Milton é vida! E a gente, só vive!
Para conferir, na íntegra, os depoimentos dos mais de 40 artistas, que falaram com muita emoção e carinho sobre Milton Nascimento, que completa 80 anos nesta quarta-feira (26), acesse o canal do Versos e Prosas no YouTube.