História da música Maria Maria de Milton Nascimento

Milton Nascimento é um dos maiores cantores da música brasileira e as suas canções são consideradas atemporais pela qualidade tanto nos vocais quanto nas letras sensacionais. Por isso, a história da música Maria Maria tende a chamar atenção até agora. Afinal, qualquer pessoa que tenha escutado o sucesso alguma vez se deparou com o poderoso significado da canção.

Ainda que a música possa ter uma explicação para cada fã, a história de sua origem é apenas uma. E quando se trata de uma música com mais de quatro décadas de existência e segue lembrada nas rádios, produções artísticas e novos cantores sempre vale a pena ficar por dentro dessa história, não é mesmo?

Caso você também tenha vontade de compreender como um clássico como Maria Maria foi composto por Milton Nascimento, esse é o artigo ideal! Vamos desvendar todos os detalhes dessa composição nas próximas linhas. Vamos juntos?

História da música Maria Maria

A música Maria Maria foi elaborada especialmente para um show do Grupo Corpo, mas se converteu em um dos principais hinos na campanha pelos direitos femininos no país. A obra surgiu a partir de uma parceria de Milton Nascimento e do poeta Fernando Brant e conquistou repercussão global no final da década de 1970.

Em entrevista à Revista Istoé, Nascimento declarou que a história de Maria foi contada pelo poeta parceiro. A partir daí, ele ficou com o relato na sua cabeça após o amigo descrever a Maria que conheceu. Conforme o músico, ela residia na beira de uma linha de trem, em uma cidade mineira, cuidava dos filhos sozinha e vivia com muita dificuldade.

Apesar de todo o esforço necessário para o dia a dia, essa Maria fazia absolutamente tudo para que os três filhos continuassem na escola. Para Milton Nascimento, ela era um verdadeiro exemplo de vida e foi essa força para manter a família unida que inspirou a dupla  compor o sucesso.

Por isso, Maria Maria desponta pela mensagem direta de “força, raça, gana e sonho, sempre”. Além disso, o cantor salientou que Maria Maria representa a força feminina e continua extremamente atual, dado que a letra conta com inúmeras características em comum com a população brasileira que não desiste jamais mesmo diante dos obstáculos diários. Confira outras histórias das músicas conosco.

Entretanto, a música encontrou ainda mais força quando foi cantada pela eterna Elis Regina. A performance poderosa de Elis representou o elo definitivo da música com o universo feminino, de uma vez por todas. Por isso, a cantora gravou Maria Maria no disco Saudade do Brasil, de 1980. O sucesso se tornou a terceira faixa de um trabalho com outras canções marcantes como Alô, Alô Marciano, Aquarela do Brasil, Canção da América e tantas outras.

Relançamento no aniversário de 40 anos de Maria Maria

Devido a essa poderosa mensagem que se faz cada vez mais necessária, a música ganhou um videoclipe em uma versão acústica em 2018. Porém, é importante frisar que esse relançamento também ocorreu em comemoração aos 40 anos da gravação de Maria Maria, produzida primeiramente para o Disco Clube da Esquina 2.

Além de um vídeo com a letra da música, o single foi disponibilizado em todas as plataformas digitais. A ação aconteceu em parceria entre a Nascimento Música e a Universal Music, antecedendo a gravação de um álbum completo somente com versões acústicas dos principais sucessos do cantor.

De fato, Maria Maria nunca esteve tão necessária como nos dias de hoje. E foi em uma análise da atualidade nacional que Milton Nascimento resolveu que este era o momento ideal da canção receber uma nova roupagem, sendo também apresentada a uma nova geração de ouvintes.

Fernando Brant

Fernando Brant nasceu na cidade mineira de Caldas em 9 de outubro de 1946, tornando-se um compositor de grande sucesso no cenário nacional. Nos anos 1960, na capital mineira, ele integrou um movimento cultural chamado ‘Clube da Esquina’ e ao longo de sua trajetória, fez parcerias históricas com Lô Borges, Wagner Tiso, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Paulo Braga e Milton.

Desde a década de 1980, ele atuava como presidente da União Brasileira de Compositores, trabalhando em defesa de direitos autorais dos colegas de classe. Ele retornou ao trabalho como colunista cultural do jornal Estado de Minas entre 2001 e 2014.

Todavia, Brant faleceu em junho de 2015 devido às complicações de uma segunda cirurgia de transplante. No seu velório, diversos nomes de prestígio da música, cultura e política brasileira se fizeram presentes. Na cerimônia de despedida, o caixão foi coberto pela bandeira do América Futebol Clube, seu time do coração. E letras de autoria do próprio poeta, como Travessa e Canção da América foram cantadas por amigos e familiares.

Milton Nascimento

Natural da cidade do Rio de Janeiro, Milton Nascimento nasceu em 26 de outubro de 1942 e cravou seu nome na história da música brasileira e conquistou reconhecimento internacional como um dos mais talentosos nomes da MPB. O prestígio começou a surgir após executar Travessia, ficando com o segundo lugar no Festival Internacional da Canção, de 1967.

A lista de parceiros e artistas que gravaram as suas músicas conta com nomes de respeito, como Gal Costa, Gilberto Gil, Simone, Elis Regina, Caetano Veloso, Fafá de Belém, Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel e tantos outros. Ele já conquistou cinco prêmios do Grammy e até uma edição do Melhor Álbum do Mundo, em 1997. Além disso, Milton Nascimento já realizou shows nos continentes africano, asiático, europeu, sul-americano e norte-americano.

Para curtir, novamente, “Maria Maria”, este verdadeiro clássico de Milton Nascimento, basta acessar o player abaixo.

Marcos Aurélio

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