Gal Costa: conheça a história e carreira da Musa da Tropicália
Gal Costa, a eterna musa da Tropicália, é uma das grandes artistas e maiores ícones da música popular brasileira de todos os tempos.
Com uma carreira de mais de cinco décadas, Gal conquistou o Brasil com uma voz forte e uma presença irreverente, sendo uma das embaixadoras e realizadoras do tropicalismo no país.
Conheça mais sobre a história e carreira da deusa da MPB, que nos deixou em 2022.
Origem e primeiros contatos com a música
Gal Costa, ou Maria da Graça Costa Penna Burgos, nasceu em Salvador, na Bahia, em 26 de setembro de 1945, filha de Mariah Costa Penna e Arnaldo Burgos. Gal faleceu, aos 77 anos, em São Paulo, em 9 de novembro de 2022.
Criada somente pela mãe, Gal teve os primeiros contatos com a música ainda na barriga, quando sua mãe embalava o bebê ainda não nascido ao som de música clássica e outros ritmos.
A tradição se consolidou, e a filha acabou mergulhando ainda mais nesse mundo, tendo seu primeiro emprego como uma balconista de uma loja de discos em Salvador, e o primeiro contato sério com artistas como João Gilberto, ainda jovem, cantor que se tornou uma de suas maiores influências na época.
A partir daí, passou a se interessar ainda mais pela música brasileira, e se tornou amiga de Sandra e Dedé Gadelha, futuras esposas de Gilberto Gil e Caetano Veloso, que seriam a ponte para que sua vida se transformasse por completo.
Início de carreira e a amizade com Gil e Caetano
Com a amizade de Sandra e Dedé veio também a amizade de Gil e Caetano, além da parceria com a também baiana Maria Bethânia, formando o quarteto que se tornaria um dos mais importantes da história da música brasileira, os Doces Bárbaros, e mudaria a indústria para sempre
Apesar de já ter dado os primeiros passos na música com o nome artístico Maria da Graça, Gal lançou seu primeiro trabalho de relevância em 1965, gravando algumas músicas para Bethânia.
Com isso, se destacou na música Brasileira e consolidou ainda mais a parceria com a dupla Gil e Caetano, com os quais já havia participado de um festival um ano antes.
Gal e Caetano tinham uma amizade especial, e começaram a criar músicas juntos, e a cantora também mantinha certa proximidade com Gil, com quem já tinha trabalhado antes.
Com essa parceria, e a ajuda de vários outros músicos, surgiu o embrião da Tropicália, movimento que mudaria a música brasileira para sempre.
A Tropicália e os primeiros Sucessos
Com a parceria de Gil e Caetano, e a ajuda de outros grandes artistas de peso, como Tom Zé e Os Mutantes, Gal lança em 1968 o disco Tropicalia ou Panis et Circencis, álbum que marcava o início do movimento do Tropicalismo, que consistia numa nova forma de fazer música, misturando elementos da música popular brasileira com traços da música internacional.
Esse foi um período de grande importância na carreira da cantora, já que, com o exílio de Gil e Caetano um ano depois, por repressão da ditadura militar, Gal se tornaria a principal representante da Tropicália em solo nacional, se tornando uma musa do movimento e consolidando ainda mais sua carreira.
Em 1969, mesmo ano da partida de Caetano e Gil para Londres, a artista lança o disco “Gal Costa”, seu segundo álbum solo, contando com a participação de músicos importantes, como o próprio Caetano, e tendo a produção de Tom Zé.
Alguns dos Hits desse álbum incluem as músicas “Baby”, “Hoje” e “Divino”, que ajudaram a consolidar sua imagem na música nacional.
Maiores Hits da carreira de Gal
Ao longo da sua carreira, Gal Costa lançou diversos discos, seja em carreira solo, que constituiu grande parte do seu trabalho, ou em parceria com outros artistas, como o disco marco da Tropicália.
Grande parte do seu trabalho de relevância veio após a parceria com os amigos, nas décadas seguintes de 70 e 80, e entre os hits produzidos nessa época e em toda a carreira da artista, alguns se destacam.
São eles:
- Chuva de Prata;
- Baby;
- Aquarela do Brasil;
- Palavras no Corpo;
- Vapor Barato;
- Vaca Profana;
- Sua Estupidez;
- Meu namorado;
- Modinha para Gabriela;
Força Estranha.
Alguns sucessos, como a música Vaca profana, viriam em uma fase muito mais irreverente e desperta da carreira de Gal, fato marcado e consolidado nos anos 80.
A década de 80 e o sucesso avassalador
Durante a década de 80, Gal já tinha se consolidado no cenário musical, e passava a deixar uma marca mais profunda na música nacional.
Em uma década prolífica, a cantora lançou álbuns de muito sucesso, como “Aquarela do Brasil”, “Fantasia” e “Profana”, ganhando boa recepção da crítica e larga aceitação do público. Confira outros perfis conosco.
Sua carreira continuaria decolando na década de 90, onde lançou mais álbuns com boa recepção, emplacando outros sucessos e até mesmo discos premiados, como “O sorriso do gato de Alice”, em 1994.
Nessa década, Gal se consolidou ainda mais como uma cantora irreverente e de gênio forte, fato comprovado pela sua aparição polêmica com os seios nus durante apresentação da música “Brasil” na turnê desse disco, além, é claro, de toda a sua trajetória musical e artística.
Morte e legado de Gal para a MPB
Nos anos que seguiram, Gal Costa manteve uma carreira ativa no mercado musical nacional, cravando seu nome como uma das figuras mais importantes da MPB e da música Brasileira como um todo, e lançando novas músicas e discos, além de Especiais e Shows com participações de outros artistas.
Em 9 de novembro de 2022, Gal Costa faleceu aos 77 anos, e mais de 50 de carreira, em decorrência de um infarto.
Apesar da tristeza da partida, o legado de Gal para a música brasileira continua muito presente.
Com décadas de carreira e relevância, Gal se mostrou uma artista completa, produzindo verdadeiras obras de arte da música brasileira, e se consolidando como um ícone feminino nacional, e uma das criadoras de um movimento musical totalmente brasileiro.
Seu legado permanece, e sua influência, apesar da ausência, conquistará novos públicos e influenciará artistas de todo o Brasil, marcando o seu nome entre os grandes da música nacional.
Confira os grandes sucessos da Musa da Tropicália no canal do YouTube de Gal Costa.