Renato e Seus Blue Caps faz show em BH e vocalista fala ao Versos e Prosas

A banda Renato e Seus Blue Caps faz grande show, nesta sexta-feira (29), em Belo Horizonte (MG), e promete trazer os grandes sucessos, que embalaram e ainda embalam gerações e gerações Brasil afora.

A banda – formada por Cid Chaves (vocal), Gelsinho Moraes (baterista), Darci Velasco (tecladista), Bruno Sanson (baixista) e Chi Lenno (guitarrista) – é um dos ícones do rock brasileiro e da jovem guarda. É considerada a de maior longevidade do mundo.

Vários hits da banda, tais como “Menina Linda”, “Feche os Olhos”, “Não te Esquecerei”, “Primeira Lágrima”, “Meu Primeiro Amor”, entre outros, estarão no repertório do show da capital mineira.

O vocalista de Renato e Seus Blue Caps, Cid Chaves, que assumiu o posto após o falecimento de Renato Barros em 2020, conversou com o Versos e Prosas sobre o show de BH, a importância da banda para o rock brasileiro, do movimento que o grupo integrou, a Jovem Guarda, e do segredo da banda, para seguir em frente por mais de 60 anos de carreira. Confira outras notícias conosco.

Ao falar do show desta sexta-feira, no Restaurante Maria das Tranças, em BH, Cid Chaves fez questão de elogiar o público mineiro:

“Belo Horizonte, como todo o estado de Minas, tem uma parte muito importante na nossa vida. A gente, desde os anos 60, fazendo shows em Belo Horizonte, então, faz parte da história da banda. E sempre que a gente vai, a gente tem sempre um grande encontro com pessoas que nos acompanham há muito tempo, e também sempre nos surpreendemos com um público novo, que vai surgindo a cada década. Então, a expectativa é sempre aquela, de a gente poder fazer um show legal, um show que possa ir de encontro à expectativa das pessoas, e que a gente possa cumprir um bom trabalho”, destacou o vocalista.

Já quanto ao show, ele destacou empenho total da banda e disse manter o brilho nos olhos a cada espetáculo realizado:

“O que o público pode esperar, isso é uma filosofia nossa, é o empenho da banda, para que ela possa cumprir sua real função, que é entreter pessoas. Então, a gente procura fazer aquela seleção, que vai atender à maioria, e também procuramos fazer, em um momento do show, uma homenagem a alguns colegas, desse período da Jovem Guarda, com músicas que, de alguma forma, nós também participamos, como compositores ou produtores”.

Cid Chaves ainda falou sobre a importância da Jovem Guarda, desde a época de seu surgimento, na década de 1960, até os reflexos do movimento para a música brasileira atual:

“Eu acho que a Jovem Guarda, embora tenha começado sem nenhuma pretensão, era um programa para ocupar as tardes ociosas da Record, mas explodiu! E aí, sim! A música jovem ganhou uma tremenda visibilidade, um programa que fez com que, um monte de jovem que estava fazendo música já, que estavam fazendo em circuito fechado, ampliou esse campo. E eu acho que essa é a importância da Jovem Guarda, de ter feito um monte de gente conhecer o trabalho de um monte de artista. Todos tiveram a oportunidade de mostrar seu trabalho, incluindo Roberto (Carlos), Erasmo, Wanderléa, nós e tantos artistas mais”, salienta ele, que prossegue, puxando para a relevância da Jovem Guara hoje:

“Falando do hoje, eu acho que começamos a pavimentar uma estrada, que estava no chão, e que veio a receber, já nos anos 80, fim da década de 70, um monte de banda, de artista, que deu sequência a isso, que firmou, mais ainda, a coisa do rock no Brasil. Então, eu acho que o papel da Jovem Guarda foi abrir esse caminho, para que posteriormente, em outras décadas, outras bandas seguissem. Eu acho que nós tivemos um papel, sem querer, a gente não estava projetando isso, de muita importância para a música, a chamada música jovem de rock, jovem de todas as idades, e a gente fica pegando uma carona nisso, de ter participado desse movimento”, diz o Vocalista da Renato e Seus Blue Caps.

O sucesso das versões de músicas estrangeiras

O vocalista Cid Chaves ainda contou, ao Versos e Prosas, como se deu o processo que notabilizou sua banda, de interpretar versões, em português, de hits estrangeiros de bandas como os Beatles:

“Realmente, marcou muito, em nossa história, a coisa das versões, mas sabe que isso começou por acaso. A gente chegou um dia, no programa do Carlos Imperial (produtor musical), a gente se apresentava todo dia. O Imperial chegou com um compacto e pediu para a gente cantar uma música, e falou que essa banda estava estourando no mundo, e mostrou uma música em inglês, para a gente cantar no dia seguinte. O Renato (Barros) ouviu e falou: ‘Pô, cantar em inglês amanhã, cara? Vamos fazer o seguinte: eu vou fazer uma letra, em português, para a gente cantar, que a gente domina mais fácil’. E assim fez. E a gente, no dia seguinte, cantou”.

Aí, ele relatou que o programa era ao vivo e já no mesmo programa o público pediu a versão da canção, mais uma vez, tamanho o sucesso e a boa repercussão da interpretação da banda.

Depois, o grupo decidiu levar a faixa à gravadora, antiga CBS (atual Sony Music), e a música ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso do Brasil. A canção: Menina Linda, versão de I Should Have Known Better, dos Beatles.

A partir daí, a própria companhia pegou outras canções para que o grupo fizesse sua própria versão que, às vezes, era lançada antes mesmo da canção original internacional.

A readaptação após a morte de Renato Barros

Cid Chaves ainda nos contou como foi a adequação da Renato e Seus Blue Caps após o falecimento de seu líder, Renato Barros, em julho de 2020, aos 76 anos. Segundo Cid, ele até chegou a pensar em desativar a banda, mas a vontade dos parentes de Renato, do público e dos próprios integrantes de continuar com o projeto, também como uma homenagem a seu grande líder, falou mais alto:

“Não foi fácil, se eu dissesse para vocês que a coisa foi fácil, não foi! Principalmente para mim, eu fiquei direto, sem interromper uma semana, fiquei na banda, junto com o Renato, 58 anos, então, foi complicado. Por outro lado, eu fiquei com um sentimento, de que não poderia deixar parar. Confesso a você que a primeira coisa foi parar, falei isso até para as filhas dele, e elas falaram: ‘Não, cara, segue, continua!’. E aí, eu falei que a gente poderia seguir, desde que nos tivéssemos uma resposta positiva, por parte do público! E essa resposta veio muito rápido! O público se manifestou de forma super positiva, pedindo para não parar. E aí, eu falei: seria um egoísmo de nossa parte, nós que entramos na vida de tanta gente, participamos da formação de tantos jovens, que hoje estão aí, nesta estrada, nesta caminhada, de 60 anos, com o aval do público”, explica Cid Chaves.

Para fechar, o vocalista da Renato e Seus Blue Caps responde porque a banda segue firme e forte, após mais de 60 anos na estrada:

“São vários fatores. Primeiro, você está sentindo prazer no que faz, e passar isso para o público, de que você está ali, não só por obrigação, e sim com muito prazer! O outro fator, eu acho que a coisa ser verdadeira, lá no início, lá na base! Quando você começou a construir uma história, se ela tiver um alicerce legal, eu acho que nós gravamos músicas, que tinha uma dose de verdade muito grande! E fomos dando sequência, de modo que o padrão não caísse, não fazer nada fora da nossa praia, não inventar! E a outra ocisa, que veio muito paralela a nós, foi fazer shows. A gente foi muito de fazer shows, o contato com o público, as viagens pelo Brasil, essa coisa sempre fez muito parte da nossa história!”, finaliza Cid Chaves.

O show da Renato e Seus Blue Caps em BH será no Restaurante Maria das Tranças, nesta sexta-feira (29), a partir das 20h. O restaurante se localiza na Rua Estoril, 938 – no São Francisco, na região da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).

Os ingressos estão à venda a partir de R$320,00 (mesa) pelo site Go Free.

Marcos Aurélio

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