Maria Rita desabafa sobre eternos ataques a ela, em comparação com Elis Regina

Maria Rita já sofria com as comparações com Elis Regina (1945-1982), antes mesmo de lançar seu primeiro álbum, em 2003. Ela precisou de nove anos e quadro discos para encarar o desafio de cantar o repertório da mãe. Lançado em 2012, Redescobrir é uma homenagem à cantora gaúcha. Passados dez anos, Maria Rita desabafou nesta quarta-feira (12) sobre as constantes críticas sobre sua carreira artística.

“Acho curioso quando dizem que têm ranço de mim porque eu dizia que não gostaria que me comparassem à minha mãe (no início da minha carreira), mas gravei um disco/DVD em homenagem a ela (dez anos depois). Não querer que me comparem tinha –e tem– dois principais motivos: 1. Ser eu, ser livre para cometer meus erros e ter minhas conquistas, escrever uma história distinta à dela. 2. Ninguém se compara à incomparável. Ninguém”, escreveu Maria Rita, em seu perfil no Twitter.

A artista disse ainda que repudia a estratégia de exaltar a mãe para atacá-la. “Faz isso não. É feio. Ninguém gostaria de passar por isso –principalmente uma mãe. A não ser que a mãe fosse meio psicopata, que definitivamente não era o caso de minha mãe. Me deixa”, prosseguiu Maria Rita, em seu desabafo, quanto às comparações, que nunca acabam.

A própria cantora faz comparações e se defende: “E sim: minha voz é mais grave e mais ‘suave’. Eu sou alto/contralto, minha mãe alto/soprano. Vale dar uma estudada para entender que, por causa disso, nossas extensões são diferentes. (Mas tem maestro que diz que minha extensão é incrível…). Para além disso: não, nossas interpretações não são iguais. E sim: as dela são e sempre serão infinitamente melhores –do que de quaisquer cantoras. Não só euzinha aqui. Né?”, desabafou a artista. Confira outras notícias conosco.

O fato de Maria Rita ser filha de Elis Regina sempre potencializou as expectativas do público. Ao longo da carreira, a cantora sofreu ataques de fãs fanáticos da mãe, com insinuações de que ela estaria imitando a voz da eterna Pimentinha. Na mensagem desta quarta, ela retomou o assunto e lembrou que cresceu sem a figura materna.

“E não: eu não a imito. 1. Eu não lembro de minha mãe. Zero. Zero lembrança. 2. Eu não cresci com YouTube. Não tinham documentários. Então não a imito. 3. Quando eu subo num palco, eu só penso naquele momento, em sobreviver. Foco na canção. Não penso nela. E nem em ninguém”, prosseguiu Maria Rita.

A cantora fez questão de ressaltar que não quer ser igual à mãe: “Só quero buscar alguma paz dentro desse cenário onde a Elis é de todos, mas a mãe é minha. Aliviem, vai. Já tenho 20 anos de carreira, oito Grammys, sei lá quantas turnês pelo país e o mundo… Mas se quisesse: Minha mãe era foda! E eu estaria bem no meu direito de me inspirar nessa mulher incrível… Meu direito e minha honra. Esse legado dela é o maior presente que ela me deixou”.

“E prestenção (sic): amadurece aí, porque minha mãe não merece esse nhem-nhem-nhem, não –e honestamente, nem eu. Nossa história, a minha e a dela, é tão mais maneira que isso… Ela me amava loucamente, quase pirou quando eu nasci, dizia que eu era a companheira dela… Amor de mãe!. E eu acho que eu canto para caralho! Mas não chego aos pés de dona Elis. Mas e quem chega?”, finalizou Maria Rita.

Vale lembrar que na próxima quarta-feira (19), completa-se 40 anos da morte de Elis Regina.

Marcos Aurélio

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