Eduardo e Mônica: Alice Braga e Gabriel Leone defendem diferenças em amor de fato

Eduardo e Mônica formam um dos casais queridinhos do Brasil, sobre o qual quase todo brasileiro já criou teorias e se inspirou para viver seu próprio romance improvável. Eles surgiram na divertida música da Legião Urbana, lançada em 1986, e chegaram ao cinema na última quinta-feira (20), com uma carga dramática bem mais intensa que o casal da canção, escrita por Renato Russo.

Alice Braga é Mônica, e Gabriel Leone é Eduardo, no filme dirigido por René Sampaio, o mesmo que dirigiu Faroeste caboclo, baseado em outra música de sucesso da Legião, brasiliense apaixonado e fã da banda, também da capital do Brasil. O “Edu” e a “Moni” da música são muito diferentes, mas suas contradições são divertidas.

No longa de Sampaio, seus conflitos são mais tensos e ganham até dimensão política, com embate polarizado e discussão acalorada à mesa. Para os atores, as diferenças são inevitáveis na vida de um casal e lidar com elas, mesmo as mais cabeludas e aparentemente intransponíveis, é a mensagem da letra de Renato Russo (1960 – 1996).

É a essência da música. Ela fala de um amor que é real, palpável. Não é um conto de fadas, as pessoas se identificam, diz Gabriel Leone, ao portal g1.

Os atores sentem que as diferenças, hoje, são muito menos toleradas, e tratadas de maneira mais “pesada, agressiva e odiosa” entre as pessoas. “Hoje em dia, infelizmente, principalmente na política, mas em geral também, muita gente não respeita as escolhas do outro. A gente vive um momento de muita agressividade, muito ódio, muito por conta das redes sociais”, diz o ator, que também marca presença na Novela .das Nove da Globo, Um Lugar Ao Sol.

Para Alice Braga, que hoje em dia mora nos Estados Unidos, o filme é “coincidentemente” lançado em um momento em que o país precisa falar de amor e aceitação do outro. “A história se repete. A gente está falando de ditadura militar de uma forma muito específica no filme, mas seguimos falando sobre isso até hoje. É importante ter essa memória, mas também entender as diferenças e falar sobre amor”, analisa.

Os roteiristas e a equipe do filme Eduardo e Mônica tiveram liberdade para criar as histórias que quisessem para os personagens a fim de preencher o que não foi dito na canção de pouco mais de quatro minutos de Renato Russo. Confira outras notícias conosco.

Mesmo jovem e inexperiente, Eduardo parece mais bem preparado para o amor do que Mônica. Alice achou interessante essa opção do roteiro de inverter as expectativas sobre os dois. “Ele, que é um garoto, traz coisas pra vida dela e um amadurecimento gigantesco sobre amor e vida. Ele a ensina a olhar o outro”, afirma a atriz.

Os atores apostam justamente na dramatização de uma história de amor complexa e “real” para atrair o maior público possível, inclusive que não curte tanto assim a Legião.

“Duvido que se estiver numa pista de dança e tocar ‘Será’, a pessoa não vai estar cantando. O filme vai além da música e da Legião. É um filme sobre encontro”, diz Alice Braga.

Marcos Aurélio

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