Conheça Pêtra, cantora mineira: ‘estou indo pelo caminho certo’
Com um sorriso de menina, um olhar doce, mas uma força surreal que ecoa da alma e uma voz que aglutina todos os ouvidos ao redor, Pêtra, mineira de Belo Horizonte, vem roubando a cena. Prova disso é que ela, participou, recentemente, do SummerTimes, o primeiro grande festival de música e de atitude, realizado em Minas Gerais, em 2023. O evento foi promovido pela mesma turma do Planeta Brasil, consolidado como um dos maiores eventos culturais do país.
Pêtra (Pêtra Moreira), que tem o trabalho calcado no pop rock, indie rock, jazz e soul music, se apresentou no palco Locals Only. O mesmo espaço recebeu nomes já consolidados no cenário brasileiro, como Marcelo Tofani, Lamparina e WS da Igrejinha.
A artista belo-horizontina falou, com o Versos e Prosas, sobre a emoção de participar de um festival de suma importância para o cenário cultural brasileiro, contou um pouco sobre sua trajetória na música e destacou algumas influências em sua carreira, tais como Amy Winehouse, Joss Stone e Gal Costa. Confira!
Fale um pouco sobre sua carreira, por gentileza
Eu nasci em um lar movido à música. Desde novinha, acompanhava meus pais em rodas de violão com os amigos, noites de cantorias, luais, danças e muita prosa. A música sempre esteve presente na minha vida, em momentos de alegria e também em momentos de melancolia. Aprendi a usar a voz para demonstrar sentimentos, participei de um coral, iniciei violão com meu pai e fiz algumas aulinhas de música. A música sempre esteve presente, mas de maneira mais informal, como hobby, como um “escape” da realidade.
Em 2014, quando morei na Austrália, eu comprei meu primeiro violão. Ele foi o meu companheiro. Já em 2018, após voltar da França, passei a ter um interesse maior pela música e comecei a fazer aula de canto. No mesmo ano, subi no palco pela primeira vez, cantando “Dog Days Are Over”. Um ano depois tive uma banda. Na época, eu estava na faculdade de economia e conciliava apresentações, shows com a vida universitária.
Tudo ganhou mais forma no ano de 2021, quando recebi um convite do André e do Theus Marcucci para lançar uma música autoral, produzida por eles. Eu estava em uma fase de muito estresse, recém-formada, prestes a mudar para São Paulo e trabalhando mais de 8 horas por dia, além de envolvida com outros projetos. Nesse período, tive um quadro de Burnout. Depois de alguns meses, tomei a decisão de seguir o meu sonho: viver da música.
Foi aí que Deus me deu o Gabriel Cruz (guitarrista) e o Paulo Leão (baixista), meus parceiros dessa jornada. Desde então, tenho ouvido mais e mais a voz do meu coração e assumido, diariamente, a minha verdadeira identidade como musicista: Petra, do grego “pedra, rocha, fortaleza”.
Como foi, para você, participar do SummerTimes Festival, ao lado de nomes consagrados nacional e internacionalmente?
O ano de 2022 começou estranho, instável. Eu não sabia para onde a vida me levaria. E jamais imaginei que começaria 2023 me apresentando no Mineirão, em um dos maiores festivais de Minas Gerais e do Brasil, ao lado de bandas e artistas que eu admiro tanto e nos quais me inspiro desde sempre.
Quando fiquei sabendo da possibilidade, a primeira coisa que fiz foi ajoelhar com a minha mãe e agradecer a Deus pelo presente, ainda que nada estivesse confirmado. Esse era um sonho e um objetivo na minha carreira, mas não imaginava o quão breve ele iria se concretizar. Quando meu nome foi divulgado, eu ainda não pude acreditar, foi um mix de emoções, de incredulidade junto a um êxtase enorme e profunda gratidão. Estar naquele line-up me trouxe uma responsabilidade de estar ali representando a música mineira, mas também da grande oportunidade de fazer minha voz e história serem ouvidas.
Fechei o show com “Dog Days Are Over”, da Florence and the Machine, a primeira música que toquei em um palco na vida, e lembro de olhar para o público vibrando e pulando comigo, e de levantar os braços para o alto, emocionada e confiante, agradecendo por poder estar vivendo este momento e entregando toda a minha alma e coração. O SummerTimes Festival foi uma confirmação importante de que estou indo pelo caminho certo. Foi emocionante, foi de arrepiar!!! Confira outras notícias conosco.
Você afirma ter influências de nomes como Amy Winehouse, Joss Stone e Gal Costa. Comente sobre estas e outras influências em sua carreira
Como artista, vejo uma importância muito grande em representar e dar a devida relevância à voz feminina. Desde novinha, colocava vídeos no YouTube das cantoras que admirava e interpretava as músicas delas da minha maneira, com danças e apresentações artísticas.
Me considero uma mulher forte e independente, mas também aprendi a ser vulnerável e transformar o que muitas vezes seria considerado como “fraquezas” femininas em grandes fortalezas. O que mais admiro nos artistas que acompanho é a fidelidade que conseguiram manter a sua personalidade autêntica, sem se desviar da sua identidade. Desde Amy Winehouse até Rita Lee, por exemplo, me fazem refletir sobre o que eu quero dizer, sobre o que sou hoje e sobre quem quero me tornar.
Lembro de assistir um show da Joss Stone no qual ela subia no palco descalça e admirei a forma na qual ela se sentia livre para simplesmente ser quem ela é. Lembro de ver shows da Amy e ver sua inocência da idade transparecer na música e de acompanhar os altos e baixos da sua vida pessoal refletida em seus álbuns, pensando em como “tudo vira música”.
Sempre gostei de acompanhar grandes ícones brasileiros como Gal Costa e Marisa Monte, que marcaram momentos da vida dos meus pais, das pessoas em volta de mim e pensar em como gostaria construir algo que também possa fazer a diferença na vida das pessoas daquela mesma maneira profunda e marcante. Nossa voz é nosso instrumento mais precioso, algo que ninguém pode tirar de nós. Ter a possibilidade de usar minha voz para atingir pessoas, sentimentos e memórias, é poderoso e encantador.
Há singles previstos para este ano. Fale um pouco sobre eles, bem como sua expectativa para 2023
Há muito tempo, eu desenvolvi o hábito de escrever sobre meus sentimentos e experiências como uma forma de terapia. E hoje vejo que tudo que escrevo pode ser transformado em música e compartilhado com outras pessoas que também possam se identificar, além de transpor barreiras impostas pelas palavras com melodias que cumprem papel fundamental na comunicação de sentimentos. Acredito que a música pode nos levar a diversos lugares dentro de nós mesmos, desde os sentimentos mais comuns da vida cotidiana, até as mais profundas reflexões da alma.
Este ano vai trazer incríveis surpresas com meu projeto autoral que está em construção, e será lançado oficialmente, com o single “Eu (não) Gosto de Você” no próximo mês, e com um EP de aproximadamente 5 músicas até o segundo semestre. Aguardem novidades em breve!
O que sempre digo é: Fica comigo, que vem muita coisa boa por aí. Te convido a acompanhar todo o processo que estou compartilhando no meu Instagram @petracmoreira, e ser parte fundamental da construção desse sonho!