Banda De Pau e Corda lança novo álbum, após quase 30 anos
A banda De Pau e Corda lança, nesta sexta-feira, 23, seu mais novo trabalho: o álbum Missão do Cantador. Este é o primeiro lançamento do grupo, após quase 30 anos sem lançamentos.
O grupo pernambucano imprime sua marca de sempre, em novo álbum que mistura temáticas regionais, canções românticas e letras de cunho político.
Banda De Pau e Corda: a trajetória
A banda De Pau e Corda está em atividade desde 1972, o que faz do grupo um dos mais longevos da Música Popular Brasileira (MPB).
Integrante de um movimento de renovação da sonoridade criada no Nordeste, que tinha como epicentro o Recife, o grupo foi responsável, junto a nomes como Quinteto Violado, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, por criar uma canção popular urbana com características marcadamente nordestinas. E fez disso a sua missão!
Banda De Pau e Corda: a formação atual
A Banda de Pau e Corda é formada pelos seguintes integrantes: Sérgio Andrade (voz, percussão e vocal), Júlio Rangel (viola e vocal), Sérgio Eduardo (contrabaixo), Zé Freire (violão e vocal), Yko Brasil (flauta transversal e pífano) e Alexandre Baros (bateria, percussão e vocal).
Banda De Pau e Corda e a retomada dos trabalhos
Após quase 30 anos sem entrar em estúdio para gravar um trabalho solo, a banda De Pau e Corda acaba de lançar, nesta sexta-feira (23), um novo álbum. Missão do Cantador, título que dá nome ao álbum e também à sua faixa de abertura, marca uma espécie de retorno da Banda De Pau e Corda, em sua fase mais original.
O álbum sai pela gravadora Biscoito Fino, com produção assinada por José Milton e capa de Elifas Andreato.
Banda De Pau e Corda e a valorização de sua essência
Apesar das mudanças em sua formação original, a banda De Pau e Corda se mantém fiel à sonoridade que o colocou no rol dos clássicos da Música Popular Brasileira. O diálogo entre a flauta e a viola, os vocais sempre presentes e, sobretudo, a maestria de sua “poesia cantada” (como frisou Gilberto Freyre ainda no primeiro disco do grupo), seguem firmes e fortes nesse novo trabalho.
Para que isso fosse possível, o grupo contou com a produção de José Milton, responsável por lançar, ainda em 1973, a banda De Pau e Corda no mercado fonográfico.
Profissional de longa e importante história na MPB, José Milton iniciou sua trajetória como produtor musical justamente com a Banda De Pau e Corda, e com ela seguiu caminhando junto nos primeiros sete álbuns.
Banda De Pau e Corda: a produção do álbum Missão do Cantador
Os arranjos são, em sua maioria, assinados por Zé Freire, que também é violonista da banda De Pau e Corda. Das 13 canções que integram o trabalho, apenas duas possuem assinatura de Waltinho, um dos fundadores da Banda e arranjador de todos os trabalhos anteriores.
Inspirado na estética definida por Waltinho ao longo de décadas, Zé Freire criou os demais arranjos tentando construir pontes entre o passado e o presente, respeitando toda a história da Banda de Pau e Corda, mas apontando caminhos futuros.
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Banda De Pau e Corda e as super parcerias
E esse diálogo entre gerações também se faz notar na escolha das participações especiais. Na parte instrumental, o Mestre Gennaro participou tocando sanfona na canção Estrela Cadente (Waltinho e Sérgio Andrade) e Alexandre Rodrigues, também conhecido como Copinha, tocou pífano na música Fogo de Braseiro (Sérgio Andrade), cujo arranjo dialoga diretamente com o clássico A briga do cachorro com a onça, composição de Sebastião Biano, da Banda de Pífanos de Caruaru. A mesma canção conta também com a participação especial do paraibano Chico César.
“Além de ser um artista de quem somos fãs, Fogo de Braseiro é uma letra com forte teor político e Chico é um dos artistas que melhor consegue traduzir isso em suas canções”, destaca Sérgio Andrade, cantor, compositor e um dos fundadores da Banda.
Banda De Pau e Corda: Zeca Baleiro também colaborou
Outro artista convidado a participar foi o maranhense Zeca Baleiro. Com interpretação marcante, Zeca divide os vocais com a Banda De Pau e Corda na canção Tudo Num Balaio Só, música inédita de autoria de Murilo Antunes em parceria com Natan Marques. “Quando Murilo me apresentou essa música, a primeira voz que eu imaginei foi a de Zeca Baleiro. Antes mesmo de me imaginar cantando a canção, eu só conseguia ouvir a voz de Zeca”, revela Andrade.
Para fechar a lista de participações, a Banda De Pau e Corda convidou o cantor Marcello Rangel, integrante da nova cena da música pernambucana reunida no movimento Reverbo, para gravar voz e violão no frevo Quer Mais o Quê?, de sua autoria. A canção foi apresentada à Banda pelo autor no finalzinho de 2019 e imediatamente adotada pelo grupo já no carnaval de 2020.
Banda De Pau e Corda: origem nordestina, essência brasileira
A capa do álbum Missão do Cantador, assinada pelo artista plástico Elifas Andreato, reedita uma parceria que teve início na década de 1970. Mais especificamente, em 1978, quanto Elifas criou uma das obras mais icônicas de sua extensa e premiada carreira: o LP Arruar, da Banda De Pau e Corda, que é um marco não apenas na trajetória do artista, mas também na do grupo.
Trazendo sobre o fundo preto uma caveira de boi crucificada, o artista conseguiu transmitir com excelência a mensagem que a Banda levava em suas canções. Sobre o mesmo fundo preto, saem as imagens da seca, entram as cores de um nordeste contemporâneo. E aqui parece estar guardada a verdadeira missão dos cantadores reunidos na Banda de Pau e Corda desde sempre.
Ainda em 1973, Roberto Andrade (fundador do grupo, falecido em 2017), já destacava: a Banda de Pau e Corda canta o Nordeste de hoje, porque é nessa região que ela vive e busca suas inspirações. Mas sua música não se pretende regional. É música popular nordestina e brasileira. É a Banda De Pau e Corda de hoje e de sempre!
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