História da música O Dia em que à Terra Parou de Raul Seixas

A música brasileira é extremamente rica e oferece milhares de sucessos nos mais variados estilos. Por isso, o Raul Seixas é considerado por muitos o ‘pai do rock nacional’. Quem costuma visitar a obra do ‘Maluco Beleza’ já deve ter se deparado com o sucesso O Dia em que a Terra Parou. Sendo assim, você já refletiu sobre a origem dessa música?

Então, você poderá descobrir o que motivou Raul Seixas a escrever a letra de O Dia em que a Terra Parou e o que ele gostaria de dizer com essa canção nas próximas linhas.

História da música O Dia em que a Terra Parou

A letra de O Dia em que a Terra Parou foi escrita ainda na década de 1970 e voltou a ser muito reproduzida nos últimos anos. O ano era 1977 e o Brasil lidava com as consequências de um governo militar. Raul Seixas estava lançando essa canção baseada em um filme de ficção científica feito em um longínquo 1951.

Basicamente, a letra criticava a situação política do país. Conforme o Portal AssisCity, o período era de forte tensão e uma crítica poderia resultar em graves problemas para o cantor, como ocorreu com uma série de artistas que precisaram se exilar em outras nações.

Todavia, Raul era um exímio compositor e conseguia transmitir as suas ideias com uso de metáforas poderosas e O Dia que a Terra Parou não fugiu dessa regra. No começo da canção, o compositor relata que teve um “sonho”, e que por ser tão louco sonhou com uma coisa que seria improvável de ocorrer: um dia em que o planeta parasse. Confira outras histórias das músicas com o Versos e Prosas.

Esse verso servia tanto para a dificuldade que o Brasil encarava quanto para o caos instaurado em todo o mundo, devido à Guerra Fria. Nos outros versos, o cantor realizou comparações entre classes sociais e profissões, como estudante e professor, dona de casa e padeiro, entre outras.

Outra relação proposta pelo cantor foi de crise e ostentação. Por exemplo, o Maluco Beleza chega a dizer que “os médicos não saíram para trabalhar”. No final da canção, o artista acorda do sonho.

Álbum O Dia em que a Terra Parou

Além de ser uma das principais canções de Raul Seixas, o Dia em que a Terra Parou também é o nome do sétimo disco de estúdio da carreira solo do artista. O trabalho foi lançado no final de 1977. O processo aconteceu por meses a fio em três locais no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Vale salientar que esse disco foi o primeiro a ser produzido depois da alteração de gravadora. Esse também foi o primeiro álbum totalmente promovido com um único parceiro na elaboração das canções, Claudio Roberto, amigo próximo do músico.

Simultaneamente, correspondeu a uma modificação estética do artista e do assunto abordado, com Raul de cabelos curtos e aparecendo de terno e gravata enquanto canta músicas que tratam de busca e vontade de realização pessoal.

Entretanto, esse disco recebeu uma avaliação mista da crítica especializada, incluindo algumas opiniões motivadas pela mudança da gravadora. O consenso dos críticos foi de que o álbum resultou em um trabalho simplificado nas letras e nas mensagens exploradas, algo vinculado a sua parceria com Cláudio Roberto.

O disco contou com um processo de divulgação muito poderoso, com o lançamento de dois compactos que se transformaram em sucesso — a música que nomeia o álbum e ‘Maluco Beleza’, um clipe musical, uma série de apresentações em teatros espalhados pelo Brasil, além de participações do artista em atrações de rádio e TV.

Apesar disto, as vendas não foram tão positivas quanto se esperava. No entanto, o tempo acabou por fazer justiça ao trabalho de Raul Seixas e, atualmente, esse álbum é apontado como um dos melhores discos produzidos ao longo da carreira do artista.

Sobre Raul Seixas

Natural de Salvador, Raul Santos Seixas nasceu em 28 de junho de 1945 e se tornou um aclamado cantor, compositor e instrumentista nacional. Além disso, ele é constantemente apontado como um dos pioneiros do rock no Brasil. O seu legado musical possui 17 álbuns produzidos em quase três décadas de trajetória.

O primeiro trabalho, Raulzito e os Panteras, de 1968, foi feito enquanto o artista integrava um grupo de mesmo nome, todavia, ele apenas recebeu notoriedade do público a partir dos sucessos Ouro de Tolo, Mosca na Sopa e Metamorfose Ambulante, do álbum Krig-ha, Bandolo!, de 1973. O artista era sempre classificado como ‘contestador e místico’. Isso devido às causas que defendia, como a Sociedade Alternativa apresentada no álbum Gita, de 1974.

Na década de 1980, Raul seguiu lançando discos que venderam muito bem, como Abre-te Sésamo (1980), Raul Seixas (1983), Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989). Cabe salientar que esse último foi feito em parceria com o amigo baiano Marcelo Nova.

O legado musical segue crescendo significativamente, à medida que os seus álbuns continuam a ser vendidos, mantendo-o como um dos ícones do rock brasileiro e um dos músicos mais respeitados e aclamados entre o público nos últimos anos. Ainda em 2008, a revista Rolling Stone anunciou a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira.

Raul Seixas aparece na décima nona colocação, ultrapassando ícones como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. Em 2007, o mesmo veículo de mídia produziu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, em que dois de seus discos foram lembrados: Krig-ha, Bandolo!, no décimo segundo lugar e Novo Aeon, na 53ª posição.

Raul Seixas faleceu, vítima de parada cardíaca, no dia 21 de agosto de 1989, em São Paulo.

Para curtir, novamente, o sucesso “O Dia em que a Terra Parou”, de Raul Seixas, acesse o player abaixo.

Marcos Aurélio

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