Rita Lee e Roberto de Carvalho têm sucessos remixados por João Lee, filho do casal

Rita Lee e Roberto de Carvalho, que dominaram os hits do pop brasileiro na década de 1980, tiveram grandes sucessos da carreira do casal relançados, em projeto grandioso comandado pelo filho do meio dos artistas, João Lee. A ideia é lançar 37 músicas de sucesso do casal, em três álbuns, denominados “João Lee presents: Rita Lee & Roberto – Classix Remix”.

Para desenvolver o projeto, João, que é administrador de empresas por formação, mas DJ por vocação, convidou DJs não só do Brasil, mas de diversas partes do mundo, para auxiliá-lo em tal proposta.

O embrião de Rita Lee e Roberto de Carvalho veio da junção do lado profissional que João escolheu trilhar, a música eletrônica, e do mais profundo pessoal, seu elo familiar. “Fazer esse trabalho é um tesão absurdo. Eu, dos três filhos, sempre fui o menos roqueiro. Tinha um distanciamento musical do repertório de meus pais e, com esse projeto, eu consegui juntar o que sou e o que eles são. Trabalho com música eletrônica há 25 anos.

E, com essa bagagem, conheci pessoas – seja em baladas, lojas de vinil, almoços ou jantares. Me conectei com artistas, DJs, produtores que fizeram ou fazem parte da minha vida. Conseguir trazer esse time para celebrar essas músicas tão maravilhosas é uma honra. É o projeto da minha vida”, revelou, empolgado, João Lee.

Rita Lee e Roberto de Carvalho: como funciona o projeto de remixagem de sucessos da dupla

Sem dúvida alguma, foi um passo ousado juntar DJs de todo o mundo, com seus estilos diferentes e visões distintas. O resultado está em 37 remixes, que serão divididos em três lançamentos.

O primeiro, “João Lee presents: Rita Lee & Roberto – Classix Remix Vol. 1”, já está disponível em todas as plataformas digitais e conta com 12 faixas. E não é que, de fato, deu certo? Segundo Guilherme Samora, jornalista e estudioso do legado cultural de Rita Lee, o trabalho “Tem para todos os gostos e a divisão escolhida por João, de acordo com cada volume, surpreende pela coesão”.

Rita Lee e Roberto de Carvalho: bastidores da produção das remixagens

Para chegar a esse ponto, no entanto, foram meses e meses de trabalho. “Para escolher os DJs, me reconectei com conversas e encontros que tive ao longo dos anos. Muitos me falavam que gostariam de remixar ou fazer uma releitura de determinada música dos meus pais. Ou seja: foi um trabalho de conectar pontas e montar o quebra-cabeça de quem faria cada música, qual delas seria mais techno, house, latina ou mais drum’n’bass. Posso dizer que cada música tem uma história e um motivo para estar lá”, detalha João Lee.

Dois exemplos que estão presentes nesse primeiro volume são de Mary Olivetti e DJ Marky. Mary, que trouxe vibração ainda mais feminina para o clássico “Cor-de-rosa choque”, lançado originalmente no disco “Rita Lee & Roberto de Carvalho”, de 1982, é filha de Lincoln Olivetti. O músico, produtor e arranjador tocou em álbuns e shows de Rita & Roberto.

Por sua vez, Marky teve influência da mãe ao escolher “Caso sério”. Ele lembrou a João que foi apresentado à obra da dupla através dela e do disco de 1980 – que ficou conhecido como “Lança Perfume”, reeditado em vinil pela Universal Music no fim de 2020, e que traz “Caso sério”. No volume 1, Marky apresenta duas versões do hit-caliente do casal. Uma bem ao seu estilo e outra surpreendentemente latina.

Rita Lee e Roberto de Carvalho: um passeio pelas releituras

Entre os muitos hits absolutos de Rita Lee e Roberto de Carvalho, neste primeiro volume, “Mania de você” ganhou releitura de Dubdogz & Watzgood e outra de Harry Romero; “Lança perfume”, claro, está muito bem representada com remix assinado pelo francês The Reflex; Gui Boratto fez uma releitura bastante pessoal de “Mutante”, disparada uma das canções favoritas dos fãs da dupla, na qual a voz de Rita – linda, chique e emocionante – se sobressai.

“Vírus do amor”, na visão do irlandês Krystal Klear, é outra surpresa, assim como “Doce vampiro”, de Inner Soto, que ganhou uma vibe mais obscura; “Saúde” é assinada por Tropkillaz; “Nem luxo nem lixo” é do duo Chemical Surf e “Atlântida”, música celebradíssima, tanto por roqueiros, quanto na cena eletrônica, é de Renato Cohen.

Rita Lee e Roberto de Carvalho: idealizador do projeto não ficou de fora

João Lee, é claro, não poderia faltar, né? Ele também deu sua contribuição como DJ, numa ótima e swingada releitura de “Jardins da Babilônia” (do disco “Babilônia”, de 1978), que sai no volume 2, previsto para ser lançado em maio. O volume 3, por sua vez, será disponibilizado em junho.

“Eu estava na dúvida se eu faria um remix ou não… Não é por nada, mas estava sem tempo, com tantos detalhes do projeto para resolver. Mas, quando estava quase tudo pronto, acabei recebendo ‘Jardins’ em multitrack. E senti que ela não poderia ficar de fora. Não é uma música fácil de fazer, tem uma pegada bem roqueira e tive que trabalhar muitos elementos – como a bateria de forma específica -, mas acabou saindo naturalmente e ficou legal”, conta João.

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Rita Lee e Roberto de Carvalho: Beto Lee também dá sua colaboração

Outro laço familiar da pesada é o remix de “On the rocks” (do disco “Bombom”, de 1983), criado por outro filho de Rita Lee e Roberto de Carvalho, Beto Lee, em parceria com Apollo 9. A escolha da canção – acertadíssima para o sangue roqueiro que corre em Beto – não foi por acaso.

“Minha ligação com essa música vem desde a primeira vez que a escutei. Chapei na hora! Ela é organicamente dançante. Então, não foi difícil pegar esses elementos, como o teclado, baixo, além de guitarra – que carrega a música toda – e inserir loops e efeitos. Eu adorei a experiência com o Apollo, que é um cara de quem gosto muito e que é muito talentoso. Estou muito feliz por estar nesse projeto do João”, comemora Beto Lee.

O remix de “On the rocks” também estará no volume 2.

Rita Lee e Roberto de Carvalho: um alívio para estes tempos difíceis

Em tempos como esses, os “classix remix” chegam em ótima hora. Não só para revisitar a vasta e essencial obra de Rita Lee e Roberto de Carvalho, mas também para trazer o que eles representam para muita gente: alegria.

Sendo assim, arraste o sofá da sala (ou pule na cama do quarto) e a ordem, para aliviar um pouco, é uma só: dance à vontade, sem medo de ser feliz!

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