Papagaio do Futuro, de Alceo Valença, homenageia Jackson do Pandeiro
A carreira de Alceo Valença
Alceu Paiva Valença, o Alceo Valença, nasceu em São Bento do Una, no Agreste pernambucano, em 1 de julho de 1946. Alceo é cantor, compositor, instrumentista e advogado. Alceo Valença conviveu, desde menino, com elementos próprios da cultura nordestina, como os violeiros, poetas de cordel e aboiadores, que conduzem os rebanhos pelas pastagens e currais. Alceo Valença sem sombra de dúvidas é o que se chama de o legítimo representante da cultura do Nordeste. Alceo Valença, que já é há tempos uma referência nacional, nunca se esquece de sua região e sempre carrega consigo suas raízes nordestinas em seus trabalhos. Alceo Valença, influente em debates sociais, sempre esteve atento à relação entre o movimento político e a música, trazendo novas vertentes para seu repertório e cativando o público, não apenas com músicas autorais, mas também com parcerias de sucesso. Saiba tudo sobre sua carreira com o Versos e Prosas.
Papagaio do Futuro e seus bastidores
Papagaio do Futuro foi relançada por Alceo Valença nesta terça-feira (31), como uma homenagem ao seu grande amigo e ídolo Jackson do Pandeiro (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919 – Brasília, 10 de julho de 1982). Papagaio do Futuro foi composta por Alceo Valença, em 1972, quando ele ainda formava dupla com outro expoente do Nordeste, Geraldo Azevedo. Alceo decidiu ir à casa de Jackson, no Rio de Janeiro, para mostrar a ele uma embolada que acabara de compor. O artista pernambucano até então nunca tinha conhecido pessoalmente o antecessor paraibano, um dos reis da embolada no cancioneiro popular do Brasil. Ainda em busca de um lugar ao sol em 1972, Alceu convidou Jackson para defender com ele e com Geraldo Azevedo a então inédita embolada Papagaio do futuro na sétima e última edição do Festival Internacional da Canção (FIC), exibida pela Rede Globo naquele ano de 1972.
A participação do trio no festival
Apesar de inicialmente arredio, Jackson acabou aceitando o convite ao ouvir Papagaio do Futuro. Tudo indicava uma boa colocação para a composição no festival, no entanto não foi bem isso que aconteceu. Prejudicada por problemas de som, a apresentação do trio Alceo Valença/Geraldo Azevedo/Jackson do Pandeiro na primeira das duas eliminatórias do Festival Internacional da Canção de 1972 não alcançou às expectativas. Dessa maneira, Alceu perdeu a chance de classificar Papagaio do futuro para a grande final do concurso, no entanto ganhou a admiração de Jackson do Pandeiro e o primeiro clássico do repertório do então promissor compositor pernambucano.
Papagaio do Futuro e as demais gravações
Esta versão de Papagaio do Futuro, feita por Alceo Valença em homenagem a Jackson do Pandeiro, é a sétima do artista pernambucano para a canção. Papagaio do Futuro, vale lembrar, é um lançamento avulso, dissociado dos quatro álbuns já gravados recentemente pelo cantor pernambucano (dois já foram lançados neste ano de 2021 e dois ainda permanecem inéditos). A atual versão da música é a sexta da discografia solo de Alceu e a sétima, se contarmos a releitura que o pernambucano fez para o projeto O Grande Encontro, com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. Papagaio do futuro já fez parte dos repertórios dos álbuns Molhado de Suor (1974), Vivo! (1976), Ao Vivo (1985), Sete Desejos (1992) e Vivo! Revivo! Ao Vivo (2016), além de ter integrado os repertórios do CD e DVD editados em 2016 com a gravação ao vivo do show O Grande Encontro – 20 Anos, feito por Alceu com Geraldo Azevedo e Elba Ramalho.
Papagaio do Futuro e a versão mais recente
Papagaio do Futuro já está disponível, desde esta terça-feira (31), em todas as plataformas de áudio digitais. A edição é da gravadora Deck. Papagaio do Futuro recebeu diferentes tratamentos ao longo do tempo (ora mais rock, ora mais regional). Agora, nesta mais recente versão, feita em homenagem a Jackson do Pandeiro, está com uma cara quase intimista. Ao comentar sobre a canção, Alceu diz que, com seu refrão “eu fumo e tusso / fumaça de gasolina”, ela previu a crise do petróleo que eclodiu em todo o planeta anos depois. Já para Jackson do Pandeiro, Papagaio do Futuro era a embolada do século. Para acompanhar a sétima versão de “Papagaio do Futuro”, de Alceo Valença, em homenagem a Jackson do Pandeiro, no dia em que o paraibano completaria 102 anos, escolha sua plataforma digital de áudio favorita.