Médico fala sobre sinestesia e música
Você já passou por uma experiência de sinestesia? A manifestação ocorre quando, por exemplo, uma pessoa escuta uma música e isso faz com que outros sentidos, como paladar, olfato ou visão, sejam estimulados.
Esse fenômeno é estudado por especialistas, mas várias informações ainda não foram encontradas. Todos podem passar por um momento sinestésico? Há graus de intensidade?
Apesar das perguntas em aberto, é comum conhecer pessoas que já tiveram outras sensações enquanto escutavam alguma música. Esse é o caso de Adriano Rossi, médico endocrinologista e autor do livro “Cavaleiros da Tempestade”.
No artigo abaixo, ele fala sobre essas experiências e como elas o influenciaram seu trabalho como escritor. Acompanhe, com o Versos e Prosas.
A trajetória do médico Adriano Rossi
Adriano Lopes Rossi nasceu em Catalão, Goiás, onde morou os primeiros anos de sua vida. Morou em Curitiba (PR) e graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, mas voltou para sua cidade natal onde hoje atua como endocrinologista.
Seu interesse pela literatura cresceu quando começou a praticar para o vestibular. Desde então, já publicou dois livros: o infanto juvenil “A Filha do Oeste” (KDP) e a auto ficção psicodélica “Catorze Domingos” (Lura).
Em “Cavaleiros da Tempestade”, seu mais recente lançamento, que trata da sinestesia, Rossi reúne duas das suas maiores paixões a fantasia e a música.
De que forma você enxerga uma música?
Por Adriano Rossi*
Já viu uma foto que quase te fez sentir um cheiro? Ou um vídeo que deixou um gosto ruim na boca? A próxima é mais fácil. Já escutou uma música que te deu vontade de correr mais rápido?
Presente a todo momento, acredito que essa miscelânea de sensações é mais marcante com a presença da música. Só ela é capaz de mudar nossa disposição de “levemente desanimado” para “completamente na fossa”, ou até mesmo nos fazer mudar de uma “sexta em casa vendo filme” para “noitada agressiva seguida por ressaca moral”. Confira outras notícias diversas conosco.
Lembro que quando li “A Torre Negra”, de Stephen King, eu estava escutando muito Bruce Springsteen e, até hoje, quando escuto “Dancing in the Dark”, quase consigo sentir a textura dos cabos de sândalo dos revólveres de Roland.
Quando ouvi a “Gôndola Lúgubre” de Franz Liszt, ao mesmo tempo que lia o poema “Gôndola Lúgubre” de Thomas Transtromer, consegui ver um significado totalmente novo, tanto para as linhas quanto para os acordes.
A música já foi usada para aumentar a produtividade de trabalhadores em linhas de produção e apitos de guerra astecas produziam um horrível som que causava terror em seus inimigos. Existe uma magia quase palpável nas ondas sonoras, magia que muda nosso humor, nossa arte, em essência, muda nossas vidas.
Em um vislumbre onírico, imaginei o que aconteceria se pessoas tivessem a capacidade de ver as linhas que conduzem essa mágica e manipular a energia de acordo com suas habilidades, inatas ou adquiridas, para mudar o efeito de batalhas.
É esta a ideia principal do meu quarto livro, “Cavaleiros da Tempestade”. Um mundo onde os acordes podem mudar o destino de uma nação. Apesar de ser obrigado a classificar o livro como alta fantasia, qualquer um poderá reconhecer que, a magia descrita no livro, é real. É o poder da música que conduz toda a narrativa.
*Adriano Rossi é médico endocrinologista e escritor,
autor do lançamento “Cavaleiros da Tempestade”
Ficha técnica
Título: Cavaleiros da Tempestade
Autor: Adriano Rossi
Editora: Lura Editorial
ISBN/ASIN: 9786556252353
Páginas: 350
Preço: R$ 10,00
Onde comprar: pelo site da Amazon.