• Notícias
  • Lançamentos
  • História da Música
  • TOP+
  • Reality Show
  • PERFIL
No Result
View All Result
Versos e Prosas
Versos e Prosas
No Result
View All Result
Home Diversidades

Álbum Rita e Roberto, de Rita Lee, ganha edição em vinil roxo

O álbum Rita e Roberto trata de temas como São Paulo, assuntos sombrios, extraterrenos e inspirações da sétima arte. Confira, com o Versos e Prosas

Alison Pitangueira POR Alison Pitangueira
9 de agosto de 2021
Em Diversidades
Tempo de Leitura: 7 mins para ler
Álbum Rita e Roberto ganha edição em vinil roxo

Foto: Divulgação

Siga o Versos e Prosas no Google News

O álbum Rita e Roberto, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, lançado em 1985, ganhou uma reedição, em 2021, em LP fabricado com vinil roxo, translúcido. A relíquia já está disponível na loja virtual da Universal Music, desde a última sexta-feira (6).

O álbum Rita e Roberto (1985), fala de assuntos como São Paulo, temas sombrios, extraterrenos e inspirações da sétima arte.

Artigos Relacionados

Gabriel Sá e sua inseparável viola

Salve o Pantanal, de Gabriel Sá: um grito pela preservação ambiental

40 anos sem Elis Regina: obras reverenciam brilhante carreira

40 anos sem Elis Regina: obras reverenciam brilhante carreira

O álbum Rita e Roberto segue a linha de relançamentos da gravadora Universal Music, como a que ocorreu, ano passado, com o álbum Rita Lee (1980), para comemorar seus 40 anos de história. Este disco conta com sucessos como Lança Perfume (Rita Lee e Roberto de Carvalho) e Baila comigo (Rita Lee).

Saiba todos os detalhes da reedição do álbum Rita e Roberto, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, em vinil roxo, na sequência, com o Versos e Prosas.

Índice

  • Álbum Rita e Roberto: um disco sombrio
  • Músicas cinematográficas compõem o disco
  • Álbum Rita e Roberto: uma química perfeita
  • Elis Regina também colaborou com o disco
  • Álbum Rita e Roberto e a colaboração de Caetano
  • Censura ainda estava presente
  • Álbum Rita e Roberto: um projeto atemporal

Álbum Rita e Roberto: um disco sombrio

“Aqui estamos nós/ Turistas de guerra/ Bizarros casais/ Restos mortais do Ibirapuera”. Os versos iniciais de “Vírus do amor” – com toda a introdução densa – confirmam: o disco “Rita e Roberto”, de 1985, não seguia qualquer fórmula. Pelo contrário, um rock-pop-dark-deprê-extraterreno dava o tom.

Esse tom começava já na capa: o casal, em branco e preto e sem sorrisos, aparece em uma cena soturna, fotografada por Miro e com direção de arte de Felipe Taborda, na estação do Pari, região central de São Paulo. Além do clima mais pesado, a capa entrega outras duas características – talvez as mais marcantes do disco: a primeira é que as músicas são cinematográficas num nível dificilmente alcançado; a segunda é o espírito de São Paulo. É um disco urbano, cheio de referências à cidade natal de Rita. E não podia ter sido mais perfeito.

A combinação dark + cinema + São Paulo presenteou o universo com um dos melhores discos do rock/ pop. Frequentemente apontado por Roberto como um de seus trabalhos preferidos, o álbum foi feito sem qualquer pressa. Rita e Roberto passaram seis meses em dedicação total ao disco. Trancados no estúdio que a gravadora havia feito para o casal, em São Paulo, sem pressão e nem data limite para cumprir. E se jogaram nas demos. Fizeram, em casa e no estúdio, diversas fitas de todas as músicas do disco – e até de algumas que não entraram no LP. Elas foram evoluindo, até se tornarem as canções que conhecemos. Com o engenheiro de som, Moogie Canazio, Rita e Roberto registraram tudo e lapidaram cada música. É nítido, aliás, o papel de Moogie na captação da grandiosa qualidade técnica de som durante o processo de gravação.

Músicas cinematográficas compõem o disco

O álbum Rita e Roberto conta, na abertura, com a faixa “Vírus do amor”, que já trazia a bateria eletrônica LinnDrum, foi uma das primeiras músicas do mundo a falar sobre AIDS. Na época, o vírus ainda não tinha sido denominado HIV (o que aconteceu em 1986) e Rita escreveu a letra ao perder grandes amigos para a doença. Uma curiosidade é que na primeira demo, Roberto fez a música como uma balada. Mas, quando Rita criou a letra, tão forte, ele refez a música toda. E o resto é história: “Vírus do amor” se tornou um dos clássicos da música e uma das preferidas dos fãs do casal Rita e Roberto.

E por falar em preferidas, “Vítima” é outra delícia totalmente cinematográfica e paulistana. Uma homenagem ao filme “Janela Indiscreta” (1954, de Alfred Hitchcock), mas que se passa em São Paulo. “Do meu esconderijo no milésimo andar/ Espio noite e dia sua vida secreta/ O frio de São Paulo me faz transpirar/ Sou vítima/ Da sua janela indiscreta”, canta Rita na música, que na época ficou restrita ao círculo dos fãs e não foi para as rádios. Entretanto, 10 anos depois, se tornou um grande hit de Rita & Roberto ao virar tema de abertura da novela “A Próxima Vítima”, exibida pela Rede Globo, em 1995.

Com tamanha vocação para o cinema, o disco ganhou um especial na Globo, com requintes de grandes produções. E “Vítima” se passa justamente entre os prédios do centro de SP. Outra música que ganhou clipe no centrão foi “Gloria F”. Como na letra, a personagem pula do Viaduto do Chá e se transforma numa espécie feminina de Frankenstein, Jorge Fernando (o diretor do vídeo) tratou de colocar Rita “pulando” do viaduto. A saída foi jogar um manequim, vestido como Rita, lá de cima. E que caia em cima de uma perua kombi, como diz a letra da música. Curiosidades: num primeiro momento, “Gloria F” tinha uma letra diferente e iria se chamar “Sexy Frankenstein”. E, na faixa do disco, Herbert Vianna e Paula Toller participaram do backing vocal.

Álbum Rita e Roberto: uma química perfeita

E os vocais da Rita no disco são perfeitos. Potentes e cristalinos, justos para a personagem dark que ela assume em boa parte do LP.

Falando em personagens e em vocal de arrepiar, tenho que citar “Molambo souvenir”. Rita voltou às referências da rádio, de sua infância na Vila Mariana nos anos 50, e trouxe umas pitadas de Dolores Duran e de Maysa. A música pode ser descrita como uma bossa-rebordosa-deprê-sensual (que voz!) sobre um relacionamento amoroso que, nos dias de hoje, seria chamado de tóxico.

A produção é incrível. Essa, aliás, é uma das faixas que conta com a percussão de Paulinho da Costa. E com a bateria de João Barone, que também toca em “Vítima” e “Não titia”. E a letra de “Molambo” é de uma poesia… Basta citar um trecho: “A nossa fase amor e paz/ foi porra-louca demais”. Uau! Aliás, esse disco todo é mais uma das provas da rara, inspirada e genial química da dupla Lee/ Carvalho nas composições.

Elis Regina também colaborou com o disco

E por falar em inspirações, os papos entre Rita e Elis Regina renderam mais uma faixa do álbum Rita e Roberto, “Noviças do vício” (que teve os jogadores de vôlei Montanaro e William no backing vocal). Rita conta que a letra foi inspirada no deboche dos comentários de Elis sobre as cantoras da então nova geração. Quem é que não queria ser uma mosquinha e voltar no tempo para ouvir esses papos entre as duas?

E sobre a nova geração de roqueiros? Temos “Yê Yê Yê”, que descreve perfeitamente o sucesso do rock BR na época, quando o roqueiro brasileiro deixou de ter cara de bandido e tomou as rádios e as TVs. E, vamos ser justos: todos desfilando nas avenidas que haviam sido desbravadas corajosamente por Rita quando o rock era maldito – para mulheres, então, nem se fala. E a letra de “Yê Yê Yê” não podia ser mais debochada e irônica.

Álbum Rita e Roberto e a colaboração de Caetano

“Nave Maria”, música de Roberto e letra de Caetano Veloso (única do disco que não tinha letra de Rita) tem toques fantasmagóricos e extraterrenos. Fala sobre Maria, com Jesus no seu ventre, e sobre o espiritual feminino. A interpretação de Rita é emocionante. A produção e o arranjo de Roberto, impecáveis. Como em todo o disco. Ah, uma informação curiosa é a da que antes de receberem a letra de Caetano, “Nave Maria” chegou a ter outra letra – escrita por Rita.

A fina ironia de Rita brilha nesse LP. E, como não podia deixar de ser, o autodeboche está presente na genial “Choque cultural”: “Eu entrei quente/ crente que estava abafando/ Quando tropecei no ego/ Fiquei cego/ E caí na real”. A letra fala sobre o show no primeiro Rock in Rio, que ela não gostou de ter feito, muito pela diferença de tratamento entre artistas brasileiros e gringos. Tanto que em um dos trechos ela repete: “Não senhor, eu não sou inferior!”.

Censura ainda estava presente

O álbum Rita e Roberto quase teve uma de suas faixas vetadas pela censura. Mesmo com o processo de redemocratização e o fim da ditadura, o órgão da censura continuou operando (ainda que bem menos ativo).

E “Choque cultural” acabou vetada no primeiro momento por causa da frase: “Fui pra Machu Picchu/ Fiquei mucho putcho”. “Putcho” foi proibida e Rita não arredou o pé. Depois de alguns apelos ao órgão, ela foi chamada a depor pessoalmente. Entretanto, de acordo com documentos da gravadora enviados na época, encontrava-se “acamada, vítima da doença denominada catapora, adquirida de seus filhos”. E mandou o depoimento por escrito: “a referida palavra adequa-se ao contexto jocoso da letra (…) uma brincadeira sobre o palavrão, sem dizer explicitamente”.

Com o depoimento de Rita, “Putcho” acabou liberado como “testemunho da postura dos executivos da Nova República em respeito à produção cultural brasileira”.

Álbum Rita e Roberto: um projeto atemporal

Por falar em “Choque cultural”, catapora e Rock in Rio, surgiram boatos de que Rita estava com leucemia. Ela havia ficado um ano longe dos holofotes, sem aparecer na mídia, e foi com uma peruca para assinar o contrato do festival. O disse-me-disse ficou mais forte ainda. E pensar que a peruca era apenas para não revelar o novo corte de cabelo, que seria mostrado no palco… O fato é que a fofoca rendeu uma composição deliciosamente irônica: “Não titia”. Com uma levada meio desenho animado, meio Broadway, a canção musicou o absurdo que aquela notícia havia se tornado.

A reedição da Universal Music nos traz dois presentes. O primeiro é que ela é luxuosa: além de manter o encarte e o poster do original, o disco vem em vinil translúcido roxo. O segundo é perceber que, em 2021, o disco de 1985 é atemporal.

O jornalista Guilherme Samora, estudioso do legado cultural de Rita Lee, resume bem o que o álbum Rita e Roberto nos passa. “Esse é daqueles álbuns que a gente rola inteirinho na vitrola, lado A e lado B, faixa a faixa, sem pular nenhuma. Como se diz hoje: Rita & Roberto entregaram tudo nesse disco”, conclui.

O LP em vinil roxo do álbum Rita e Roberto, de 1985, pode ser adquirido na loja virtual da Universal Music, desde esta sexta-feira (6). Além disso, você ainda poderá comprar a camiseta de “Vírus do Amor”, faixa que abre o álbum Rita e Roberto.

Além do álbum reeditado em vinil, Rita Lee teve recentemente lançado uma série, em podcast, que resume a carreira da artista.

Na loja da Universal Music, você encontra ainda a camiseta Classix Remix e um quadro com edição limitada com a capa do álbum Classix Remix, uma trilogia produzida pelo filho do meio do casal Rita e Roberto, João Lee, com clássicos da dupla em formato remix.

Para você que também curte o formato digital, eis o álbum “Rita e Roberto”, em formato de streaming.

Alison Pitangueira
Website | + posts

Formado em jornalismo pela PUC Minas, em 2009, Alison Pitangueira trabalhou por mais de seis anos no portal “O Tempo”. Atualmente, é freelancer na Etus Media, site de economia e finanças. Além disso, trabalha para o site Versos e Prosas, que fala da boa Música Popular Brasileira, bem como de seus intérpretes e compositores.

  • Alison Pitangueira
    https://versoseprosas.com.br/author/alisonpitangueira/
    Gabi da Pele Preta lança seu primeiro EP
  • Alison Pitangueira
    https://versoseprosas.com.br/author/alisonpitangueira/
    História da música Pai, de Fábio Junior
  • Alison Pitangueira
    https://versoseprosas.com.br/author/alisonpitangueira/
    Leo Cunha, maestro da Orquestra Opus, une o erudito ao popular
  • Alison Pitangueira
    https://versoseprosas.com.br/author/alisonpitangueira/
    Novo álbum dos Titãs será produzido por Rick Bonadio

Matérias Relacionadas

Gabriel Sá e sua inseparável viola
Diversidades

Salve o Pantanal, de Gabriel Sá: um grito pela preservação ambiental

40 anos sem Elis Regina: obras reverenciam brilhante carreira
Diversidades

40 anos sem Elis Regina: obras reverenciam brilhante carreira

Vinny, que curte as antigas e já compôs hit no chuveiro
Diversidades

Cantor Vinny curte as antigas e já compôs hit da carreira no chuveiro

Rodrigo Borges, que tem gosto musical bastante variado
Diversidades

Rodrigo Borges curte de Clube da Esquina a samba enredo

Beto Ehong, que canta e curte o reggae, além de outros estilos variados
Diversidades

Beto Ehong canta e curte o reggae, além de outros estilos variados

Jussara Silveira, que considera a música a própria vida
Diversidades

Jussara Silveira: para mim, a música é a própria vida

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Recomendadas

Clipe de Lovers, que reúne Chico César e Zeca Baleiro

Chico César e Zeca Baleiro lançam clipe de Lovers

Bloco do Silva, que vai passar pelas principais capitais brasileiras

Bloco do Silva anuncia datas para 2022 nas principais capitais do Brasil

Capa do single Tristonho, de Alaíde Costa e Nando Reis

Single Tristonho une, de forma inédita, Alaíde Costa e Nando Reis

Capa do álbum Desassossego Ao Vivo, de Alexandre Gois e Joaquim Pessoa

Desassossego Ao Vivo reúne canções do disco de estreia de Alexandre Gois e Joaquim Pessoa

NAVEGUE POR CATEGORIAS

  • Diversidades
  • História da Música
  • Lançamentos
  • Nathalia Ferreira
  • Notícias
  • PodProsa
  • Reality Show
  • TOP+

NAVEGUE POR TÓPICOS

gal costa discografia gal costa idade gal costa jovem gal costa live gal costa musicas

Trazemos para você, as melhores informações sobre o mundo da música.

Siga-nos em nossas Redes Sociais

Notícias Recentes

  • Gabi da Pele Preta lança seu primeiro EP
  • História da música Pai, de Fábio Junior
  • Leo Cunha, maestro da Orquestra Opus, une o erudito ao popular

Categorias

  • Diversidades
  • História da Música
  • Lançamentos
  • Nathalia Ferreira
  • Notícias
  • PodProsa
  • Reality Show
  • TOP+

Noticias Recentes

Capa do EP de Gabi da Pele Preta, que leva seu nome

Gabi da Pele Preta lança seu primeiro EP

Pai, de Fábio Junior, com seu filho Fiuk, representando este dia especial

História da música Pai, de Fábio Junior

No Result
View All Result
  • Home

© 2022 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.

Usamos cookies em nosso site para dar a você a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, você concorda com o uso de TODOS os cookies.
.
Configurações de CookiesACEITO
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Sempre ativado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
CookieDuraçãoDescrição
cookielawinfo-checbox-analytics11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checbox-functional11 monthsThe cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checbox-others11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-necessary11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-performance11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy11 monthsThe cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytics
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Others
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
SALVAR E ACEITAR