40 anos sem Elis Regina: obras reverenciam brilhante carreira

40 anos sem Elis Regina: no dia 19 de janeiro de 1982, falecia, em São Paulo, com apenas 36 anos, Elis Regina Carvalho Costa, a eterna Pimentinha Elis Regina. Morta com apenas 36 anos, ela deixou um legado para a eternidade e que, ainda hoje, é bastante escutado, assistido e, principalmente, admirado por quem curte a boa Música Popular Brasileira!
Ao longo dos 40 anos sem Elis Regina, um vasto material foi produzido, para reverenciar sua obra, que é eterna, e tantos outros ainda serão. Filmes, documentários, séries, história em quadrinhos, enfim, todo tipo de arte é válida para homenagear quem a tratou de forma tão única e singular!
No dia dos 40 anos sem Elis Regina, confira, com o Versos e Prosas, o que já foi produzido e o que ainda vem por aí, para celebrar a vida e a obra da eterna Pimentinha!

Produções em sua homenagem deixam Elis viva na memória do povo

Uma passagem tão curta, mas estrondosa, fez com que Elis Regina (Porto Alegre, 17 de março de 1945 – São Paulo, 19 de janeiro de 1982) continuasse sendo lembrada mesmo 40 anos após sua morte. A voz e presença de palco da artista foram pauta de diversas produções que carregam sua história, mostrando uma trajetória marcante na música brasileira, mas que foi interrompida de forma tão precoce, aos 36 anos de idade.
Lançada em 2015, a biografia “Elis Regina – Nada Será Como Antes” foi escrita por Júlio Maria, repórter do jornal O Estado de S. Paulo, que mesmo não tendo acompanhado a era de Elis, sentiu necessidade de investigar sua vida a partir da curiosidade em torno de um dos maiores ícones da música no Brasil. O livro parte de primeiros anos de vida da cantora em Porto Alegre até o contexto que levou à sua morte. De acordo com o laudo e entrevista com pessoas que viveram a situação, Elis morreu após ingerir álcool e cocaína. A médica responsável declarou que a demora da ambulância foi um fator decisivo para sua morte.
“Não vivi a era de Elis. Quando ela faleceu, em 19 de janeiro de 1982, eu tinha nove anos de idade, e diante dessa personagem gigante, fui o que sou há 16 anos: repórter. Me joguei com o respeito que a história merecia, mas sem nenhuma tese a defender. Creio que o olhar descontaminado de paixões ou ódios ajude a traçar um perfil mais humano e menos divino”, declara Julio Maria, em material de divulgação do livro.

40 anos sem Elis Regina: a Pimentinha na telona

A vida de Elis também foi retratada nas telonas. Em 2016, o filme “Elis”, dirigido por Hugo Prata estreou nos cinemas brasileiros. A obra é focada na carreira artística da cantora, iniciada quando tinha 18 anos e se mudou, definitivamente, de Porto Alegre para o Rio de Janeiro. Também mostra as consequências da fama e a vida pessoal conturbada da artista.
No longa, Andreia Horta dá vida à protagonista. Para interpretar a personagem, ela visitou espaços que Elis viveu, incluindo sua casa em Porto Alegre. Horta até cantou durante as filmagens, mas para o filme foram usadas gravações originais de Elis.
Em 2019, o filme foi usado como base para uma minissérie da TV Globo. “Elis – Viver é Melhor que Sonhar”, também dirigida por Hugo Prata, tem quatro capítulos que mesclam cenas do longa com material documental. A série completa está disponível no Globoplay, aplicativo de streaming da Globo.
A própria emissora carioca estreava, em 28 de dezembro de 2006, Por Toda Minha Vida – Elis Regina, um especial que contava a história de artistas já falecidos, e que marcaram no cenário musical brasileiro.

Novas obras são produzidas

No dia em que se completam 40 anos sem Elis Regina, vale ressaltar que novas obras estão sendo produzidas para manter a história e talento da cantora ainda mais vivos e presentes. Uma série documental com três episódios está sendo produzida pela HBO, reunindo imagens de programas, shows e entrevistas concedidos por Elis para emissoras de vários países. A série seguirá a narrativa de João Marcello Bôscoli, filho da cantora, além de ter Marcelo Braga como produtor e Lea Van Steen como diretor.
Outro projeto aguardado, que já está em fase de finalização, é também um documentário que reúne registros do álbum Elis & Tom, lançado em 1974, e gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos. O material bruto tem 3h30 e 4h em áudio guardados desde a época do lançamento do disco. Agora eles compõem o longa-metragem “Elis & Tom – Só Tinha de Ser com Você”, previsto para ser exibido no canal Arte 1, no segundo semestre de 2022.
“Estamos na fase final, mas gostaríamos de lançar quando a pandemia estiver mais controlada para fazermos um evento presencial”, declarou o produtor. Confira outras matérias especiais conosco.

40 anos sem Elis Regina: cantora também em quadrinhos

Elis Regina também ganhará seu próprio personagem para uma história em quadrinhos.
O projeto está sendo desenvolvido pelo desenhista Gustavo Duarte, de 44 anos, que já trabalhou para os estúdios internacionais Marvel e DC Comics.
Essa é a primeira vez que o cartunista trabalha com um personagem real, mas ele afirma que não pretende fazer mais uma biografia da cantora e sim uma fantasia biográfica. O livro está em fase de roteirização e será composto por aproximadamente 80 páginas.
A previsão de lançamento é para o segundo semestre de 2022 ou início de 2023.

A memória de canções históricas

Ao longo dos 40 anos sem Elis Regina, no mercado de CDs, DVDs e LPs não são poucos os lançamentos que resgatam a memória da cantora gaúcha. Em 2007, a gravadora Biscoito Fino lançou um box com três DVDs resgatando vídeos, shows, entrevistas, clipes e mais uma série de imagens da artista. Dividido por temas, o projeto com raridades, como Elis e Rita Lee cantando e dançando numa boate ao som de “Doce de Pimenta”, homenagem da roqueira à amiga. Tem ainda participações de Adoniran Barbosa, João Bosco, Fátima Guedes e Tom Jobim, entre outros.

O box da Biscoito Fino é encontrado em algumas lojas e em sites como Shopee e Mercado Livre.

Outro projeto importante, lançado em 2012 pela Warner, foi o disco “Um dia”. O CD duplo traz a íntegra das duas apresentações que Elis Regina fez no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, em 1979. Convidada para um único show, a cantora foi surpreendida pela grande curiosidade do público e rápida venda de ingressos. Por isso, montou uma segunda apresentação no mesmo dia. Com repertórios semelhantes, as duas apresentações – realizadas com horas de diferença – mostram a entrega da cantora no palco e um inusitado dueto com Hermeto Pascoal, uma estrela do evento.

Recentemente, a gravadora Universal relançou o álbum “Elis”, de 1972, que apresentou sucessos como “Nada será como antes” e a primeira versão dela para “Águas de março”. O álbum também traz, pela primeira vez, o encontro de Elis com os compositores Belchior e Fagner, através da gravação de “Mucuripe”, além de “Casa no campo”, de Zé Rodrix, que ganhou clipe na ápoca. O disco foi relançado em LP e CD, trazendo alguns sons e comentários históricos captados no estúdio durante as gravações.
Para você conhecer um pouco mais da vida e obra da eterna Pimentinha, no dia dos 40 anos sem Elis Regina, assista ao filme Elis, de 2016, dirigido por Hugo Prata.

Marcos Aurélio

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