O público flutua com a transmissão do concerto Valencianas
A Orquestra Ouro Preto e o cantor Alceu Valença se encontraram em um concerto de tirar o fôlego e cheio de histórias na Mansão Joá no Rio de janeiro.
Alceu Valença foi o quarto convidado do projeto Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions, que segue apresentando encontros memoráveis com grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB), até o fim do ano.
Em quase duas horas de espetáculo, o público acompanhou de casa os principais clássicos de Alceu Valença em ritmo orquestrado que trouxe ainda mais encanto para as letras Pernambucanas.
O concerto já começou mostrando a grandiosidade tanto do maestro, Rodrigo Toffolo, quanto de Alceu Valença.
Toffolo disse:
“O grandessíssimo Alceu Valença”.
E o pernambucano com toda sua simplicidade e bom humor afirma sorrindo:
“Eu me senti enorme agora!”.
O bate-papo descontraído dos dois aconteceu durante toda a apresentação.
Alceu conta que durante o isolamento social, causado pela pandemia do COVID-19, ele tocou muito violão, coisa que ele raramente faz devido a vida corrida de shows.
Foi aí que sua esposa encantada com o que via disse para ele gravar tudo isso Por quê uma música tinha toda uma sintonia com a outra.
A gravadora Deck disponibilizou ou estúdio e o que era para ser um álbum virou quatro.
Outro momento que dá gosto de ver é Alceu Valença falando de suas origens na música, passando desde o sertão do agreste do Pernambuco, com o xote, o xaxado, o baião, até as influências atuais com a música litorânea de Recife e Olinda.
A primeira música é um poema tão fino, Sino de Ouro. Com certeza é um sonho dourado essa oportunidade de ver músicas de Alceu Valença orquestradas.
E para finalizar com o seu bom humor fantástico, ele imita o som do badalar dos sinos.
Foi divino valencianas orquestradas, a segunda música Como Dois Animais deixou os meus nervos de aço no chão.
Alceu conta e canta de forma bem descontraída sobre Cavalo de Pau. Foi um álbum com 8 faixas que mudou toda a sua carreira. As interpretações de Alceu durante a música foram sensacionais.
Com certeza para mim e para todos que assistiram esse espetáculo a música de Alceu Valença foi a Deusa da Noite, e este foi mais um sucesso dele que fez o nosso riso.
Alceu conta que gostava muito de ler, que prefere ser intelectual do que super-herói, essa inteligência toda nós reconhecemos na riqueza de detalhes em suas letras.
Ele disse que nunca pensava em ser artista, mas enquanto estudava no Estados Unidos, foi encontrado por acaso tocando violão pelas ruas Americanas, e até ganhou o apelido de Bob Dylan brasileiro, e ali já estava marcado o quanto a poesia já estava em suas veias.
A maior emoção do espetáculo foi quando Alceu Valença disse:
“Eu vim andando E a música veio correndo atrás de mim!”
Alceu Com certeza é inspiração, é ensinamento, ele ainda completa:
“Quando a gente tem vocação para determinada coisa, essa coisa corre atrás da gente!”
Nesse momento eu também já flutuava, e foi então que Alceu começou a cantar Eu Vou Fazer Você Voar. E eu voei e, tenho certeza que quem ouvir voará também, seja na direção do pôr do sol, ou em qualquer outra direção.
“meu coração tá batendo, como quem diz não tem jeito”
É começa Coração Bobo, o meu de tão esperto que estava pipocou dentro do peito e , incentivou todo o corpo a dançar em uma adrenalina que só uma música valenciana explica.
O Samba do Tempo chega com mais tranquilidade, trazendo ainda mais pureza e glamour para o espetáculo.
E antes que eu recuperasse o meu fôlego, porque eles tem de sobra, Tesoura do Desejo corta várias fases da carreira de Alceu e mostra um artista ainda mais entusiasmado pela sua música.
Como já disse, Alceu é arte e ensinamento, nessa fase do espetáculo ele explica sobre o vasto repertório de uma sanfona seja ela em qualquer lugar do mundo.
Ele ainda conta da contradição em que vivia, quem era do rock and roll o definia como músico da MPB, já qen era da música popular brasileira o definia como rockeiro, talvez por causa dos cabelos grandes e o uso da guitarra.
Pelas Ruas Que Andei traz mais animação e anima a cantoria, mas nesse dia eu procurei, sem conseguir encontrar, espetáculo que conseguiria tanto encantar, então canta Alceu!
Paris marca os caminhos de Alceu Valença, depois de três discos e uma fase nada boa vivida por grande parte dos brasileiros, o músico passa um tempo na Cidade Luz.
La Belle de Jour é uma moça bonita da praia de boa viagem, que dançava balé e encantava ao seu, depois foi fazer um curso em Paris, em um momento diferente do que o artista viveu na França.
Enquanto ao seu esteve por lá conheceu no bar dos filósofos uma moça que lhe pediu um poema, então ali o nosso poeta pernambucano já não sabia se a dona da música era a bailarina, a moça do poema ou a atriz do filme labele de Jour. O que a gente sabe é que os olhos azuis como a tarde encantou Alceu.
Os músicos fecharam a apresentação com uma linda homenagem a Paulo Rafael, guitarrista de Alceu Valença que faleceu a pouco, cantando e tocando lindamente anunciação.
Das paixões que vem de dentro, com toda a certeza desse mundo, músicas de Alceu Valença orquestradas são as minhas.