Rodrigo Santos, ex-Barão Vermelho, dá uma aula de rock e Música Popular Brasileira
Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho por 25 anos, deu uma verdadeira aula musical, ao comentar, para o canal do YouTube do Versos e Prosas, sobre suas referências musicais, como legítimo integrante do movimento Rock Brasil Anos 80, reverenciado em série especial do Versos e Prosas.
Rodrigo Santos, considerado um dos maiores baixistas do país, além dos 25 anos tocando junto ao Barão, também atuou ao lado de nomes como João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Leo Jaime, Lobão, Blitz e Kid Abelha.
Ao comentar sobre o que foi o movimento do Rock Brasil Anos 80, o baixista citou referências musicais, que vão desde a década de 1960, passando pela Jovem Guarda, até o pessoal que, juntamente com ele, construíram aquele revolucionário movimento que completa 40 anos em 2022. Santos destacou nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Novos Baianos, Chico Buarque, 14 Bis, Rádio Táxi, Roupa Nova, A Cor do Som, dentre tantos outros, foram citados por ele, que ainda fez questão de destacar as bandas que vieram na sequência, na década de 90, como o Skank, o Jota Quest e, o Planet Hemp, dentre tantas outras.
O depoimento de Rodrigo Santos foi uma verdadeira aula musical, que foi dos anos 60 aos anos 90.
Confira um resumo do que ele falou, ao canal do YouTube do Versos e Prosas.
A trajetória de Rodrigo Santos
Rodrigo Luiz de Castro Santos, o Rodrigo Santos, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1964. Rodrigo é cantor, compositor e baixista.
Com apenas dez anos, Rodrigo Santos já tocava violão e fazia suas primeiras composições.
Autodidata, depois de poucas aulas de violão com Nilson Chaves e de baixo com Nico Assumpção, Rodrigo fez seu próprio caminho, influenciado por nomes como Liminha, Dadi, Leoni, Didi Gomes, Paul McCartney, Sting, John McVie, Flea, Ralph Armstrong, Randy Jackson, Marcus Miller e Jamil Joanes. Começou, então, a criar suas próprias linhas de baixo que permeariam o rock nacional e o colocaria para sempre no rol dos melhores baixistas do país.
Rodrigo Santos, que tem as parcerias na música como um de seus pontos fortes, além da histórica participação como baixista do Barão Vermelho, onde ficou entre 1992 e 2007, também tocou ao lado de nomes como João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, onde ficou entre 1985 e 1986, Leo Jaime, em que Santos integrou a banda entre 1986 e 1988, Lobão, com quem tocou entre 1988 e 1992, quando foi convidado a entrar no Barão Vermelho, onde ficou por 25 anos.
Desde 2007, Rodrigo Santos segue em carreira solo, além de tocar projetos paralelos, tais como Midnight Blues Band, Os Britos e Faz Parte do Meu Show – Cazuza/Frejat em Bossa Nova.
Rodrigo Santos e suas influências na música
Ao comentar, para o canal do YouTube do Versos e Prosas, sobre o movimento do Rock Brasil Anos 80, que mudou a cara da música nacional, com a autoridade de quem tem bagagem para tal, Rodrigo Santos falou sobre suas influências, citando grandes nomes da nossa música, passando por movimentos como a Jovem Guarda e o Tropicalismo, além de bandas que começavam a surgir ali e que, hoje, fazem história no cenário musical brasileiro e mundial:
“A gente escutava a geração dos anos 70, anos 60, Jovem Guarda, Tropicália, um pouco daquelas bandas que saíram em carreira solo: os Novos Baianos, Os Mutantes, Secos e Molhados. Depois, todo mundo saiu em carreira solo, as bandas se desmembraram. Tiveram A Cor do Som, o 14 Bis, Roupa Nova, Rádio Táxi, que seguravam o formato banda na rádio, que era uma coisa importante, você se manter na rádio, conectado com o grande público. E eu acho que A Cor do Som foi uma banda que influenciou todos nós, assim como todos os artistas de MPB que vinham antes da gente. O rock dos anos 80 é influenciado pelo Alceu Valença, pelo Zé Ramalho, pela Elba, pelo Pepeu (Gomes), pela Baby (do Brasil), pelo Raul Seixas, pela Rita Lee, pelo Sérgio Dias dos Mutantes, o Arnaldo Batista, O Terço, Sérgio Hinds, o Magrão, A Cor do Som, era o Dadi (Carvalho), o Mú (Carvalho), o Gustavo (Schroeter), o Ary (Dias), o Armadinho, grande guitarrista. Então, esses eram gênios que a gente escutava nessa época e que realmente foram muito importantes para a gente!”, destacou o baixista.
Rodrigo Santos prossegue valorizando os gênios da nossa música, os enxergando como influências para o movimento que ali surgia:
“A gente foi alimentado pela geração da Tropicália, basicamente por Gil, Caetano, Chico Buarque, Milton Nascimento, ali na mesma leva de MPB, o Beto Guedes, o pessoal de Minas, o Lô Borges. Então, a gente cresceu escutando não só música internacional, mas muita música brasileira, chorinho, samba”.
Rock Brasil Anos 80: ‘a gente veio fazer o que ninguém fazia no Brasil’
Na sequência da entrevista, ao canal do YouTube do Versos e Prosas, Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho por 25 anos, comentou sobre a importância de nomes de sua geração e porque, em sua opinião, essa galera fez tanto sucesso e conquistou tanta gente, especialmente a garotada da época:
“A importância da nossa geração tem várias nuances. Primeiro, a música, a gente veio fazendo o que, basicamente, a garotada queria ouvir e não tinha ninguém fazendo no Brasil, que era transportar o rock que estava acontecendo lá fora, não só o dos anos 70, como o dos anos 80, da New Wave, do punk, do gótico. Então, a gente vê isso no rock do Rio, de Brasília, de São Paulo. Bandas variadas surgiram na mesma época, os Titãs, RPM, IRA!, Ultraje (a Rigor), Metrô, Magazine, Ratos de Porão. Antes, já tinha tido, na década de 70, o Joelho de Porco, uma grande banda, o Erva Doce, no final da década de 70. No Rio, a gente tinha outro tipo de influência, mais tropical. A gente tinha a Blitz, o Barão, o Paralamas, o Kid Abelha, o Lobão, Lulu Santos, João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Leo Jaime. Então, isso veio em uma mesma leva”, prossegue Santos, fazendo questão de citar vários nomes de sua época.
O contexto histórico da época
Na sequência, Rodrigo Santos valorizou uma importante rádio do Rio, que abriu espaço para o rock brasileiro, bem como uma histórica casa de shows da Cidade Maravilhosa, que segue impulsionando os artistas até os dias atuais. Rodrigo ainda fez questão de citar influências de nomes da música instrumental e de poetas que se juntavam aos letristas das bandas, para grandes composições.
Rodrigo Santos continua dando aula de história e situa, o leitor/internauta do Versos e Prosas, sobre o contexto da época:
“Foi uma união, uma conjunção de fatores, muita gente criativa na mesma época, lutando contra a ditadura, contra a censura, muitos discos censurados, músicas riscadas em discos, isso aconteceu com o Leo (Jaime), aconteceu com a Blitz. Então, era uma época que a gente tinha que driblar, fazer letras driblando a censura, os poetas que eram mais incisivos, tinham que dar um jeito de fazer com humor. E aí, quando foi abrindo o processo de redemocratização do país, as bandas foram ficando mais possíveis, em questão de botar seu próprio texto, sem alguém censurar”, contextualiza.
As bandas e artistas que vieram na sequência
Rodrigo Santos ainda mencionou alguns, dentre tantos outros nomes, que se inspiraram na geração dos anos 80 para fundarem suas bandas e, assim como eles, fazerem história:
“A gente foi importantíssimo para o rock continuar, ter a sequência dos anos 90, para todas as bandas, para o Skank, o Planet Hemp, Chico Science, Charlie Brown, Raimundos, Pato Fu, Jota Quest, Cidade Negra. Todo mundo veio na nossa leva. Isso foi muto importante, a nossa presença na rádio, estourar no meio musical”, ressalta. Confira outras notícias diversas conosco.
O artista situa, a você internauta, como seus companheiros, de rock Brasil Anos 80, faziam para, além de driblar a censura, driblar também as gravadoras, que vinham com os nomes e letras já pré-determinadas, em várias situações.
Confira estes e outros tantos pontos da entrevista de Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho por 25 anos, falando sobre o movimento Rock Brasil Anos 80, no canal do YouTube do Versos e Prosas.