Álbum Alceu Valença e Paulo Rafael celebra longa parceria entre os artistas

O álbum Alceu Valença e Paulo Rafael, do cantor e compositor pernambucano Alceu Valença, e que reverencia e homenageia seu guitarrista por mais de 40 anos, Paulo Rafael, já está disponível em todas as plataformas digitais de áudio, desde sexta-feira (8).

O disco, que contém 11 faixas, celebra a amizade e a parceria musical de mais de 40 anos entre Alceu e o guitarrista Paulo Rafael (1955- 2021). O disco ressalta a perfeita conexão entre os arranjos e solos do instrumentista e a obra do cantor e compositor.

Saiba todos os detalhes, com o Versos e Prosas, do álbum Alceu Valença e Paulo Rafael, que celebra mais de 40 anos de parceria e amizade fraterna entre os artistas.

Álbum Alceu Valença e Paulo Rafael: amizade e parceria eternas

O álbum Alceu Valença e Paulo Rafael, editado pela gravadora Deckdisc, em que o cantor e compositor pernambucano celebra os mais de 40 anos com seu parceiro, amigo e guitarrista Paulo Rafael, falecido em 23 de agosto de 2021, em decorrência das complicações de um câncer, já está disponível nos players de áudio, desde sexta-feira (8).

O disco celebra o legado de uma das mais duradouras e prolíficas parcerias da música brasileira. Com onze faixas, onde a voz e o violão de Alceu dialogam com a guitarra e a viola de aço de Paulo, o disco ressalta a perfeita conexão entre os arranjos e solos do instrumentista e a obra do cantor e compositor.

Entre o vigor e a delicadeza, repleto da inspiração e identidade que marcam as mais de quatro décadas em que atuaram juntos em palcos e estúdios, o álbum representa um acréscimo especial à trilogia em voz e violão — com os álbuns Sem pensar no amanhã, Saudade e Senhora Estrada — concebida recentemente por Alceu.

O repertório do disco

Um exemplo desta química é a faixa de abertura, “Eu vou fazer você voar”, composição de Alceu e Hebert Azzul, lançada originalmente em 2019 e recriada no álbum atual. Ao explorar as sutilezas da melodia, a guitarra de Paulo Rafael confere ambientação intimista que contrasta com a pulsante gravação original, e a transforma num clássico à altura dos grandes sucessos do compositor.

Na sequência, o voo em céu de brigadeiro aterrissa sobre “Girassol”, tema da década de 90 que ganhou popularidade nos últimos tempos (é comum vermos uma nova geração de fãs adornar os cabelos com a flor em palcos de todo o Brasil onde Alceu se apresenta), e tornou a expressão “batom vermelho girassol” símbolo de resistência e empoderamento feminino.

Já a releitura de “Anunciação” deixa claro o quanto o riff de Paulo, delineado a partir da melodia de Alceu, é essencial para o caráter de hino que a canção adquiriu ao longo dos tempos. Confira outros lançamentos conosco.

O puro éter de “Cavalo de Pau” – também título de um dos mais aclamados álbuns do cantor, de 1982 – tem sua mística ampliada pelos harmônicos da guitarra formando ondas agrestinas junto à voz de Alceu. Já na toada “Amor que vai”, originalmente lançada no LP Maracatus, Batuques e Ladeiras, de 1994, é o violão de aço de Paulo quem leva seus teréns no galope rasgado do cavalo chamado brisa.

As reverências a Olinda

No som de Alceu e Paulo, não poderia faltar a referência às ladeiras de Olinda, recorrentes na discografia / mitologia de Valença. E uma das mais inspiradas canções sobre o tema é “Sino de Ouro”, lançada no disco Estação da Luz (1985), com recriações nos álbuns Ciranda Mourisca (2009) e Valencianas (2014). A nova versão a aproxima ainda mais do “poema magia” proposto pelos finos versos de Alceu em seu “poema de éter / poema de pássaro”.

Entre ruas, estradas e caminhos percorridos ao longo dos tempos, “Na primeira manhã” segue em contramão, como o conde falando aos passarinhos da crônica de Rubem Braga, citada na canção de 1980, lançada no LP Coração Bobo, realçada pelo violão de aço de Paulo superposto à melodia de Alceu.

O instrumento permeia o álbum até o final, conferindo timbres ibéricos ao “Sabiá”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, única composição que não leva a assinatura de Alceu. A referência ibérica faz-se presente ainda em “Molhado de suor” (título do LP solo de estreia do cantor em 1974) e na inédita “Fada lusitana”, composta entre as muitas idas e vindas de Alceu a Portugal, relação ampliada nos últimos anos. “Sete Desejos” recompõe a paisagem da canção título do LP de 1991, como um transcendental trem afetivo que nos transporta para além dos caprichos e das surpresas do destino.

Um pouco sobre Paulo Rafael

Nascido em Caruaru, em 1955, ex-integrante de grupos seminais da psicodelia pernambucana – como Tamarineira Village e Ave Sangria – integrante da banda de Alceu desde 1975 e produtor de seus discos desde a década de 1980, além de realizar seu próprio trabalho instrumental, Paulo Rafael nos deixou no ano passado, mais precisamente em 23 de agosto, para fazer soar seus acordes em outras estações. Neste último registro, comprova o quanto seu legado permanece, pela assinatura musical intransferível a traçar as rotas da música de Alceu Valença em todas as suas vertentes.

O álbum ALCEU VALENÇA e PAULO RAFAEL traz ainda uma magnífica capa em xilogravura do artista plástico pernambucano J. Borges, elaborada especialmente para o disco.

Para conferir as 11 faixas de “Alceu Valença e Paulo Rafael”, basta acessar sua plataforma de áudio favorita.

Marcos Aurélio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *