Álbum Caçador de Mim, de Milton Nascimento, faz 40 anos e segue atual

O álbum Caçador de Mim foi lançado em 5 de janeiro de 1981, pelo cantor, violonista e compositor Milton Nascimento, distribuído pela gravadora Ariola.

O álbum Caçador de Mim inclui alguns dos sucessos do artista, carioca de nascimento, mineiro de alma e coração, como a canção que dá título ao disco, Caçador de Mim, e Nos bailes da vida.

O álbum Caçador de Mim foi um dos grandes sucessos do músico. Além disso, o disco apresentou, ao grande público, o conjunto de percussão Uakti. A obra-prima do eterno Bituca contou com a presença dos músicos da banda Roupa Nova, que participaram de duas faixas do disco: Cavaleiros do Céu e Nos Bailes da Vida. Além do grupo, outros artistas integraram o disco, tais como: Ney Matogrosso, Flávio Venturini e Tunai.

Apesar de já ter se passado tanto tempo, o álbum Caçador de Mim fala de temas bastante atuais e atemporais. Confira, a seguir, com o Versos e Prosas.

 Álbum Caçador de Mim, de Milton Nascimento, completa 40 anos e segue atual

 O álbum Caçador de Mim foi lançado em 5 de janeiro de 1981, pelo cantor, violonista e compositor Milton Nascimento e foi distribuído pela gravadora Ariola.

Após longos meses repletos de lançamentos e duetos, ocorridos neste período de pandemia da Covid-19, o artista chega em 2021 celebrando os 40 anos de um dos seus principais discos, o álbum Caçador de Mim, que segue sendo um dos marcos no cancioneiro deste país, com faixas que seguem bastante atuais, mesmo após ter se passado tanto tempo!

O contexto do lançamento do disco

Em 1981, o Brasil vivia em uma ditadura militar, em seu último governo, do Presidente João Figueiredo. Ainda no cenário político, o país “assistiu o atentado do Rio Centro”, quando duas bombas explodiram em um carro no show do Dia do Trabalhador, na Capital Carioca, deixando um morto e outro ferido.

Eram tempos difíceis, apesar de já ter havido alguma evolução. A liberdade de expressão, por exemplo, começava a ressurgir mediante a Lei de Anistia do ano de 1979, quando exilados políticos puderam voltar para o país.

Esse foi o cenário em que Milton Nascimento lançou o LP Caçador de Mim pela gravadora Ariola. O disco, que tem a participação especial de Ney Matogrosso, Tunai, Flávio Venturini, Wagner Tiso, além do grupo Roupa Nova,  foi um marco na carreira do cantor, uma vez que lhe rendeu um enorme sucesso.

E hoje, 40 anos após sua produção, o que é possível falar do álbum Caçador de Mim?

O álbum Caçador de Mim e sua atemporalidade

O álbum Caçador de Mim é um trabalho que segue constante e atual, a começar pela canção que dá nome ao disco, de autoria de Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá (da dupla com Guarabyra), em que Milton exclama “Nada a temer/ Senão o correr da luta/ Nada a fazer/ Senão esquecer o medo”, versos estes que parecem se equiparar a força de milhares de brasileiros em 2021, que seguem a luta pela vida, mesmo com tantas incertezas e desejando um futuro saudável e melhor.

Outras faixas fogem do efêmero como Nos Bailes da Vida, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, onde a luta do artista pela sobrevivência é reverenciada. Essa batalha, de alguma forma, simboliza as dores de muitos operários da arte que tiveram suas apresentações castradas devido ao coronavírus e tiveram que se renovar.

Novos sonhos e futuro é o que desejam as engajadas e sensíveis Coração Civil (Milton Nascimento e  Fernando Brant), Notícias do Meu Brasil (Milton Nascimento e Fernando Brant) e Sonho de Moço (Francis Hime e Milton Nascimento). O amor segue vivo na sutil Amor Amigo ou na igualmente melódica Vida, ambas fruto da longa e mais do que vitoriosa parceria entre Milton e Fernando Brant (Caldas, 9 de outubro de 1946 — Belo Horizonte, 12 de junho de 2015).

Folhas, coração, juventude e fé

O álbum Caçador de Mim, que possui dez faixas, ainda inclui pérolas como De Magia, de Dança e Pés (Milton Nascimento), Crescente (Wagner Tiso) e Cavaleiros do Céu (versão de Haroldo Barbosa para a música Riders in the Sky de S. Jones).

A última faixa encerra o trabalho com chave de ouro. Bituca musicaliza um trecho do “Poema Sujo” do maranhense Ferreira Gullar e comove!

Em junho de 2020, Milton Nascimento fez uma live primorosa de nome “Um domingo qualquer, qualquer hora”, quando cantou (e encantou) seu refinado repertório para seus fãs que muito lhe aplaudiram de casa. Meses antes o compositor selou dueto sintonizado com Criolo em músicas como “Cais” e “Não existe amor em SP”, no piano dolente de Amaro Freiras.

Já para o fim de 2020, Bituca grava, de forma primorosa, a clássica Drão, canção de Gilberto Gil, composta em 1982, e até hoje bastante ouvida nas rádios do país. O registro foi feito especialmente para a série “Amor e Sorte”, exibida pela TV Globo.

Diante tantos trabalhos e motivos (ou seria trabalhos emotivos?), o eterno Milton Nascimento segue com o coração de estudante, aprendendo com a juventude a ser eterno. Exibe força, raça e a gana para vencer os desafios apresentando o que existe de melhor para o seu público.

Do Clube da Esquina para o mundo, Bituca segue atemporal, com obra consolidada e consagração necessária.

Para reverenciar este artista completo e atemporal, bem como os 40 anos do álbum “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento, escute a canção-título de uma das obras-primas de Bituca, no player abaixo.

Marcos Aurélio

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